Qual a relação entre a prática da usura com o desenvolvimento do capitalismo no final da Idade Média?
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EXERCÍCIOS SOBRE A USURA E PREÇO JUSTO
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA
Publicado por: Cláudio Fernandes
QUESTÃO 1
(FGV) Num manuscrito do século XIII pode-se ler: "Os usurários são ladrões, pois vendem o tempo, que não Ihes pertence, e vender o bem alheio, contra a vontade do possuidor, é um roubo." Apud LE GOFF, J., A bolsa e a vida. A usura na Idade Média. São Paulo, Brasiliense, 1989, p.39.
A respeito da usura, é CORRETO afirmar:
a) A usura foi tolerada pelos teólogos medievais que viviam nas cidades e criticada pelos teólogos que se dedicavam à vida contemplativa nos mosteiros rurais.
b) A usura era considerada um pecado pelos teólogos cristãos porque o usurário podia se apropriar, como um ladrão, de qualquer bem de seu devedor.
c) A prática da usura passou a ser considerada virtuosa pelos teólogos católicos, convencidos de que as críticas desferidas por Lutero eram pertinentes.
d) A usura era considerada um roubo do tempo que pertencia a Deus e foi praticada exclusivamente por judeus durante a Idade Média.
e) A usura foi condenada pelos teólogos medievais num contexto em que se desenvolvia uma economia monetária gerada no interior do feudalismo.
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QUESTÃO 2
Para a Igreja Católica, a usura era considerada um pecado contra a justiça porque:
a) era uma forma de os judeus ficarem ricos, coisa que incomodava os membros do clero.
b) era uma cobrança de juros sobre o exercício de magistrados nos tribunais medievais.
c) era uma cobrança de juros sobre o tempo (algo que não produz nada concreto) de quem contraía um empréstimo.
d) visava ao lucro, que, em qualquer circunstância, é pecaminoso.
e) não gerava lucro direto para os membros do clero.
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QUESTÃO 3
(Fuvest-SP) "Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza o seu sustento e a sua felicidade. O usurário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais." (Dante Alighieri, Divina comédia, Inferno, canto XI, trad. Hernâni Donato.)
Essa passagem do poeta florentino exprime:
a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.
c) uma nostalgia pela Antiguidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão.
e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.
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QUESTÃO 4
Leia o trecho e assinale a alternativa correta:
“(...) Quase sempre, os documentos do século XIII empregam o termo no plural: usurae. A usura é um monstro de várias cabeças, uma hidra (…) A usura é a arrecadação de juros por um emprestador nas operações que não devem dar lugar ao juro. Não é portanto a cobrança de qualquer juro. Usura e juro não são sinônimos, nem usura e lucro: a usura intervém onde não há produção ou transformação material de bens concretos.” (LE GOFF, Jacques. A bolsa e a vida: a usura na idade média. 4º ed., São Paulo: Editora brasiliense, 1989. p. 17-18.)
De acordo com o historiador francês Jacques Le Goff, a usura:
a) não podia ser condenável porque não previa lucro para o usurário.
b) não era identificada com toda forma de juros cobrados.
c) a usura era condenável por ser uma forma de juros cobrada sobre a produção de algo concreto.
d) era identificada com todo e qualquer tipo de juros.
e) a usura não era condenada pela Igreja, apenas pela autoridade civil