Sociologia, perguntado por kel0000, 10 meses atrás

qual a relação dialética entre burguesia e proletariado ?

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Respondido por deborahenning18
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Resposta:

A relação entre dialética e proletariado é bastante complexa. Na verdade, a formação e desenvolvimento de uma classe social é acompanhada pelo desenvolvimento de sua consciência e de suas formas culturais complexas. No caso das classes revolucionárias, a sua formação e desenvolvimento é acompanhada pela formação e desenvolvimento de sua consciência de classe concreta e passagem para a consciência de classe revolucionária, o que implica, em determinados contextos, na constituição de representantes intelectuais que produzem pensamento complexo (ciência, filosofia, teologia, teoria), que expressa seus interesses de classe. A burguesia, ao se formar e desenvolver, vai produzindo suas representações, concepções, criando os seus representantes intelectuais, que vão dando forma a um pensamento complexo que expressa seus interesses, e assim forma toda uma cultura burguesa que vai se tornando cada vez mais forte até se tornar hegemônica. Devido suas necessidades de luta contra a classe dominante anterior, a burguesia acaba tendo que assumir uma posição cultural crítica e que, por isso, atinge o auge de momentos de verdade que pode assumir a consciência burguesa, tal como se revela na filosofia de Hegel e em menor grau em outras concepções filosóficas (iluminismo, etc.).

Porém, há uma diferença essencial entre burguesia e proletariado, pois a primeira é uma classe proprietária que vai se fortalecendo paulatinamente com a expansão do capital (ou seja, surge e se desenvolve "economicamente", tendo, portanto, uma força crescente no plano da produção material e por isso logo se fortalece também no plano da produção cultural, antes de tomar o poder estatal). O proletariado, ao se formar e desenvolver, também produz suas representações e representantes intelectuais e estes dão forma a um pensamento complexo e busca fortalecer o mesmo, mas, por não ser uma classe proprietária e que não tem como se consolidar na esfera da produção antes da revolução social, então tem limites nesse processo. No caso do proletariado, não é na propriedade que se encontra a possibilidade da emancipação (e esse é o erro de todos os cooperativistas, solidaristas, "utópicos" e demais "românticos", que pensam na aquisição de propriedade para fortalecer o proletariado, inclusive esquecendo a força devastadora do capital e do Estado e da hegemonia cultural burguesa), mesmo porque a sociedade que se encontra em seu projeto emancipatório não é fundada na propriedade e sim na autogestão generalizada, o que pressupõe domínio dos seres humanos associados sobre o meio ambiente e as forças criadas por eles próprios, tal como as organizações, a produção, etc. A gênese do capitalismo foi encontrada no movimento do capital, a gênese do comunismo se encontra no processo de autoemancipação, na práxis - atividade teleológica consciente.

Fonte Site Informe e Crítica

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