Qual a relação da industrialização com o aumento das emissões de gases de efeito estufa?
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Explicação:
O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é um dos principais responsáveis pelo crescente aquecimento global e consequentes mudanças climáticas que vem ocorrendo em várias partes do planeta. E um dos grandes geradores desse problema é a poluição industrial. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela presença de gases de efeito estufa que, apesar de deixarem passar a energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de onda menores), são opacos à radiação terrestre, emitida em maiores comprimentos de onda. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre.
Quando existe um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente inalterado. Entretanto, o balanço de energia pode ser alterado de várias formas: (1) pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre; (2) pela mudança na órbita da Terra ou do próprio Sol; (3) pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre e é refletida de volta ao espaço, devido à presença de nuvens ou de partículas na atmosfera (também chamadas de aerossóis, que resultam de queimadas, por exemplo); e, finalmente, (4) graças à alteração na quantidade de energia de maiores comprimentos de onda refletida de volta ao espaço, devido a mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou a saída do país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Ele disse que o atual documento trazia uma série de desvantagens aos Estados Unidos para beneficiar outros países. Assim, o país irá interromper a implementação de tudo o que for legalmente possível. Em discurso realizado em junho de 2017, o presidente anunciou que irá negociar para a realização de um novo acordo. O Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento global fique muito abaixo de 2ºC. Isso significa limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Depois do pronunciamento do presidente, muitos especialistas se manifestaram, principalmente criticando a iniciativa de Donald Trump. Contudo, por que esta decisão foi tão polêmica? Melhor dizendo, como esta decisão pode influenciar o aquecimento global?
Primeiro, deve-se entender o que é o aquecimento global. Para vários detalhes, você pode consultar esse outro texto do Eureka Brasil, “Mudanças climáticas: a chapa está esquentando”. Resumidamente, o aquecimento global está intimamente ligado ao efeito estufa. O efeito estufa é natural no planeta Terra. Ele possibilita a manutenção da temperatura numa média de 15ºC. Isso é ideal para o equilíbrio de grande parte das formas de vida em nosso planeta. No entanto, o efeito estufa pode ser intensificado com a queima de combustíveis fósseis. Quanto maiores forem as concentrações de gases do efeito estufa (GEE), menor seria a fração de radiação de ondas longas, emitidas pelo sol na superfície da Terra, que escaparia para o espaço. Consequentemente, mais alta a temperatura do planeta pode ser.
E o aquecimento global? As ações decorrentes das atividades econômicas e industriais duplicaram a concentração de GEE. Um dos principais gases é o gás carbônico (CO2), cujas emissões no Brasil, provenientes da utilização de diversos tipos de combustíveis, cresceram vertiginosamente nos últimos 40 anos. No entanto, os países desenvolvidos são os que mais contribuem para o aumento da concentração de GEE. Além disso, esse aumento é intensificado pela ação das indústrias, que lançam seus produtos e outros gases, como gás metano, óxido nitroso e óxidos de nitrogênio, na atmosfera.
Como os países podem auxiliar para a diminuição dos GEE? Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, as indústrias de ferro, vidro e de produtos químicos estão inseridas em programas cujo os principais objetivos são o aumento do uso de materiais recicláveis em suas fabricações. A famosa indústria de cimentos de Portland, mencionada nesse texto, ainda engatinha quando se refere à diminuição da emissão de CO2 para a atmosfera. Assim, você poderia pensar que a única saída para a indústria de cimento de Portland para reduzir o uso desses gases, seria a redução do consumo de cimento e a diminuição da atividade dessa indústria. Com a globalização, essa redução do consumo e da atividade iria afetar a economia do país como um todo.