Qual a principal causa da diferença entre a arte da azulejaria islâmica e portuguesa? *
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Resposta:
A Arte Islâmica teve um desenvolvimento muito grande entre a Idade Média e a Idade Moderna, destacando-se sobretudo nos impérios safávida e otomano.
Fora do mundo ocidental, o desenvolvimento artístico também aconteceu de forma intensa e com vários intercâmbios culturais. Desde a região da Anatólia (parte da atual Turquia), na Ásia Menor, até o Extremo Oriente, onde se desenvolveram as civilizações chinesa e japonesa, o desenvolvimento artístico foi impressionante. Um dos exemplos notórios é a Arte Islâmica.
Com a fundação do islamismo pelo profeta Maomé no século VII,muitos povos que viviam na Península Arábica, na Pérsia e na Ásia Menor, bem como, depois, no Norte da África, unificaram-se em torno da nova religião. O árabe tornou-se a língua sagrada dos muçulmanos e, também, fonte de expressão artística.
Uma das primeiras manifestações da arte islâmica, a arquitetura, floresceu sobretudo na construção dos templos, isto é, as mesquitas. O complexo arquitetural das mesquitas envolvia sobretudo a construção de um interior com decoração suntuosa, expressa nos arabescos (desenhos em formas geométricas harmônicas), e na caligrafia árabe, com trechos do Alcorão.
Mas a arte islâmica teve sua expressão mais contundente em dois seguimentos e acompanhou duas ramificações da própria civilização islâmica: a safávida e otomana. Os safávidas passaram a dominar a região da Pérsia (atual Irã) a partir do ano de 1501, sob a liderança de Ismail. Com o tempo, o império safávida expandiu-se em direção ao norte, ocupando regiões como a do atual Afeganistão, ao sul da Península Arábica, e ao leste, em direção ao atual Paquistão.
Esse império legou uma vasta produção artística à posteridade, destacando-se nas pinturas, incluindo a representação de formas humanas (fato que não havia em outros ramos da arte islâmica), e uma extraordinária tapeçaria, com arabescos e inscrições caligráficas. Entre os tapetes mais famosos dos persas safávidas está o tapete de Ardabil, como destaca o historiador da arte Stephen Farthing:
[...] os safávidas representavam seres vivos em suas obras de arte, e a presença de pessoas e animais se tornou uma característica distinta do estilo em iluminuras, como pode ser visto em Rostam dormindo enquanto Rakhsh enfrente o leão. Intrincados arabescos florais eram um traço igualmente importante na arte safávida, principalmente na abundante produção de tecidos e tapetes. Os tapetes persas do século XVI são alguns dos mais suntuosos já produzidos. Entre eles, reina supremo o tapete de Ardabil (1539-1540), que está assinado Maqsud de Kashan, 946.” [1]
Já o estilo otomano prevaleceu na Ásia Central, no leste europeu e no Norte da África, haja vista que essa era a extensão do Império Otomano, que foi galgada a partir de 1453, quando houve a queda de Constantinopla. Os traços da arte otomana misturaram o legado tipicamente árabe com técnicas de Bizâncio, com o estilo timurid, com a arte dos Bálcãs e com o que era feito às margens do Mediterrâneo, sobretudo em Veneza. Além disso, havia também a influência da arte mongol e chinesa, como atesta também o historiador Farthing:
“[…] os desenhos em cerâmica foram influenciados pelas porcelanas chinesas, e os padrões estilizados de plantas e flores eram os mais frenquentemente empregados, sobretudo na admirada cerâmica iznik. Caligrafias e desenhos com traços geométricos estavam restritos principalmente à decoração arquitetônica. No século XIX, as cerâmicas iznik eram colecionadas no Ocidente e serviam como fonte de inspiração para vários estilos artísticos dos séculos XIX e XX.
Resposta:
A Arte islâmica é a denominação dada a arte criada nas regiões onde o Islã predomina como religião. Embora muito ligada a religião, a Arte Islâmica está vinculada a todo tipo de arte produzida no mundo islâmico. Dessa forma, Arte Islâmica não está ligada apenas a peças criadas por artistas muçulmanos para a religião muçulmana, mas compreende obras produzidas para qualquer religião.
Com a constituição do islamismo, religião monoteísta, pelo profeta Maomé no século VII, unificaram-se vários povos de regiões diferentes como povos da Península Arábica, Pérsia, Ásia Menor e Norte da África, adotando o árabe como idioma. Essa união de povos também deu origem a uma arte que em função do cotidiano nômade do princípio, demorou um pouco para estabelecer uma estética singular. Nessa cultura nômade as tendas e cabanas eram com frequência decoradas com tecidos e tapetes que eram ricamente decorados com desenhos de formas geométricas e abstratos – já que o islamismo condena a representação de homens e animais - e cores vivas. A medida que a nomadismo foi se desfazendo, os tapetes ganharam função decorativa nos palácios e mesquitas. Os tapetes ainda têm grande importância na cultura islâmica; os mais valiosos são os tapetes persas.
Na arquitetura a arte islâmica se destacou especialmente na construção de mesquitas que são locais sagrados de oração, além de túmulos e escolas religiosas ou casas de estudos e retiros denominadas madrasas. As mesquitas são as peças da arquitetura islâmica mais conhecidas, as primeiras foram construídas entre os séculos VII e VIII, de acordo com o modelo da casa de Maomé em Medina que consistia numa planta quadrangular, com pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira.
Nos séculos seguintes a arquitetura sagrada foi deixando de ter a austeridade e os materiais e elementos rústicos da casa de Maomé, embora tenha se mantido a preservação de algumas formas geométricas. A Cúpula da Roca em Jerusalém e a Grande Mesquita de Damasco são exemplos desse tipo de arquitetura.
Outra construção bastante representativa que exemplifica esse tipo de arquitetura é o Taj Mahal, na Índia. O Taj Mahal é um suntuoso mausoléu construído em meados do século XVII e feito em mármore branco e pedras preciosas como jade, ametista, turquesa, lápis-lazúli, cristais e outros. A construção serviu para abrigar o corpo da princesa Aryumand Banu Begam, esposa do imperador Shah Jahan.
Nas artes plásticas a arte islâmica se destacou, sobretudo, na pintura de afrescos e miniaturas que eram, geralmente, usadas na decoração de paredes e palácios ou de edifícios públicos. A pintura sofreu forte influência da arte helênica, indiana, bizantina e também, chinesa. Infelizmente poucas obras dessas categorias chegaram aos dias atuais em bom estado de conservação. Ainda é possível encontrar elementos pictóricos na decoração de cerâmica, além da arquitetura.
O termo azulejo designa uma peça de cerâmica de pouca espessura, geralmente, quadrada,[1] em que uma das faces é vidrada, resultado da cozedura de um revestimento geralmente denominado como esmalte, que se torna impermeável e brilhante.[2] Esta face pode ser monocromática ou policromática, lisa ou em relevo. O azulejo é geralmente usado em grande número como elemento associado à arquitetura em revestimento de superfícies interiores ou exteriores ou como elemento decorativo isolado.[1]
Os temas oscilam entre os relatos de episódios históricos, cenas mitológicas, iconografia religiosa e uma extensa gama de elementos decorativos (geométricos, vegetalistas etc) aplicados a parede, pavimentos e tectos de palácios, jardins, edifícios religiosos (igrejas, conventos), de habitação e públicos.[3]
Com diferentes características entre si, este material tornou-se um elemento de construção divulgado em diferentes países, assumindo-se em Portugal como um importante suporte para a expressão artística nacional ao longo de mais de cinco séculos,[3] onde o azulejo se transcende para algo mais do que um simples elemento decorativo de pouco valor intrínseco. Este material convencional é usado pelo seu baixo custo, pelas suas fortes possibilidades de qualificar esteticamente um edifício de modo prático. Mas nele se reflete, além da luz, o repertório do imaginário português, a sua preferência pela descrição realista, a sua atracção pelo intercâmbio cultural. De forte granuloso cenográfico descritivo e monumental, o azulejo é considerado hoje como uma das produções mais originais da cultura portuguesa, onde se dá a conhecer, como num extenso livro ilustrado de grande riqueza cromática, não só a história, mas também a mentalidade e o gosto de cada época.[3]
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