Qual a maior crítica presente na obra de Castro Alves?
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Com pesar e ´pena de lembrar que em breve nada restaria do peregrino em terra hospitaleira, onde vagara; nem sequer a lembrança desta alma´; e com a consciência do fim iminente de sua vida; sabendo de que nada resta senão o vulto de um passar na terra: ´uma esteira de espumas... - flores perdidas na vasta indiferença do oceano. - Um punhado de versos... - espumas flutuantes no dorso fero da vida´, Antônio Frederico de Castro Alves (1847 - 1871) legou à posteridade louros que coroariam a fronte da humanidade: ´seus cantos, como as espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, filhos da musa - este sopro do alto, do coração - este pélago da alma´. A obra desse poeta é o motivo central dessa edição.
A crítica polemiza entre si, dentre variados temas, em torno de questões sobre sua originalidade e autenticidade; sobre seu estro oratório, afeito para ser declamado em meio ao público, em praças e teatros; sobre sua relação particular com o romantismo brasileiro; sobre a fragilidade de sua obra irregular e impetuosa; por fim, e, principalmente, sobre sua poesia de clamor social. De todos os pontos supracitados habitualmente deslumbrados pela crítica castroalvina, o último, sua poesia de vertente social, é ponto pacífico. Não há voz que se erga da multidão, com sonoridade e vibração audíveis tal quais para calar o brado grandíloquo do poeta dos escravos.
Já em relação aos outros temas destacados da crítica, em tratando do poeta baiano, os posicionamentos são os mais controvertidos e duvidosos. A respeito, Afrânio Coutinho, em seu ´A Literatura no Brasil´, indica que ´uma das maiores dificuldades antepostas aos estudiosos desse poeta é a ignorância reinante, mesmo entre exegetas, do que se faz e fazia naquele tempo, agravada pelo fato de não infundirem respeito (ou confiança) as contribuições válidas de nomes hoje obscurecidos, sem embargo da projeção de que tenham gozado, ou da influência exercida. Daí o perigo de afirmações e classificações aligeiradas do aparato documental, e a quase inanidade de justificativas históricas a serem, assim, formuladas pela primeira vez´.