qual a influencia do stalinismo no Brasil?
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Os trotskistas brasileiros e a ANL
Havia, no Brasil, desde o final da década de 20, um importante grupo de seguidores de Leon Trotsky. Este pequeno e seleto grupo contava com importantes intelectuais como Mário Pedrosa e Rodolfo Coutinho. Também contava com certa implementação na classe operária, com o grande dirigente operário João da Costa Pimenta e importantes dirigentes da combativa União dos Trabalhadores Gráficos, que foi um importante laboratório do trotskismo brasileiro em sua estratégia de implementação no seio da classe. Este grupo se chama à época Liga Comunista Internacionalista. Estavam armados pela teoria da revolução permanente de Trotsky, que via que somente o proletariado com o poder em mãos poderia executar as tarefas democráticas pendentes nos países de capitalismo atrasado. Aplicando a revolução permanente de Trotsky à realidade objetiva do Brasil dos anos 30, os trotskistas viam que não havia nenhuma possibilidade de uma revolução que retirasse o Brasil do domínio imperialista ao lado da burguesia nacional. Ao contrário do PCB, que via a revolução brasileira como uma revolução feita por etapas, onde primeiro era preciso o proletariado se aliar à burguesia nacional e um setor desta encabeçaria a revolução nacional e antiimperialista, desenvolvendo de forma independente o capitalismo nacional, para que um dia, num futuro incerto, fosse colocado ao proletariado a possiblidade de tomada do poder. Os trotskistas colocavam que burguesia brasileira, assim como foi a com burguesia russa na Revolução de Outubro de 1917, não era capaz de desenvolver o capitalismo de forma independente e nem conceder as grandes massas conquistas democráticas como a reforma agrária e o fim do latifúndio, para isso era preciso que o proletariado, encabeçado por um partido bolchevique, tomasse o poder em suas mãos, aliados aos camponeses pobres.
Essa profunda divergência teórica levou o PCB a durante quase toda sua trajetória buscar alianças com setores da burguesia, o que só levou a derrotas e grosseiras capitulações. Enquanto isso, os trotskistas dos anos 30 batalharam sempre pela independência política do proletariado frente a qualquer setor da burguesia nacional.
Sobre estas divergências acerca do caráter da revolução no Brasil, os trotskistas criticaram profundamente o programa da ANL. No Jornal a Luta de Classe diziam: “O programa da ANL é uma abjecta sopa ideológica na qual entram alguns detalhes do “marxismo” para lhe dar um sabor mais picante a seu nacionalismo patriota. O programa e a direção completam a receita: pois foi em favor dessa confusão, em todos os sentidos, que o chamado Partido Comunista Brasileiro abdicou de sua pretensão de dirigir a luta antiimperialista das massas. [...] A força motriz principal da revolução já não é mais o proletariado, senão a pequena burguesia. O instrumento principal da revolução, da realização da aliança operária e camponesa, não é o partido da vanguarda proletária, o partido forjado por Lenin, o partido bolchevique, senão um “movimento” de pequeno- burgueses pela libertação nacional do Brasil, encabeçada pela burguesia nacional”
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