Qual a Importância do planejamento familiar e a educação sexual em relação a densidade demográfica
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A prática do planejamento familiar no Brasil, muito além de uma simples medida adotada pelos casais a fim de assegurar uma maior estabilidade pessoal e financeira, está relacionada a políticas públicas adotadas para, de certa forma, conter o crescimento da população do país, que está diretamente ligado ao contexto econômico e diplomático brasileiro.
Desde a década de 1960, os então chamados Países de Primeiro Mundo – hoje apenas conhecidos como países do norte desenvolvido – intensificaram uma pressão para que os países do então Terceiro Mundo – hoje, países do sul – adotassem mais rígidos controles de natalidade. A justificativa era a de que a causa dos problemas sociais nas nações mais pobres seria, justamente, o crescimento desordenado da população, sobretudo nas camadas menos abastadas.
No entanto, a maior parte dos países recusou-se a seguir tal orientação. Em 1974, a chamada Carta de Bucareste foi elaborada em resposta aos países desenvolvidos. As 120 nações que assinaram o documento declararam que o problema não seria o excesso populacional, mas os problemas sociais que seriam responsáveis pela miséria e, inclusive, pelo crescimento elevado das populações mais pobres.
Contraditoriamente a essa postura, o Brasil, nesse mesmo ano, iniciou a adoção de uma série de medidas para controlar o crescimento da população. No entanto, diferentemente de países como a China e a Índia em que esse processo foi controlado pelo Estado, o governo brasileiro adotou uma postura de incentivos e conscientizações, transferindo para as famílias a responsabilidade de escolha da quantidade de filhos. O principal objetivo era conter os números de gravidezes indesejadas, diminuir as taxas de aborto e o índice de mortalidade materna e infantil.