qual a importância do espanto para a filosofia?
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INTRODUÇÃO
É possível definir, de maneira geral, que a atitude filosófica trata-se de um comportamento que adota posturas críticas pautadas na racionalidade em relação aos acontecimentos. A atitude filosófica é determinada pela postura crítica que o homem adota frente às determinações e imposições sociais.
Faz parte da atitude filosófica colocar em dúvida as imposições e regras sociais. A partir disso, a sociedade fundamenta o comportamento crítico e passa a atuar como questionadora e problematizadora das imposições, das regras e das padronizações sociais.
A atitude filosófica é determinada pelo posicionamento crítico, pois o ser humano, enquanto ser racional, passa a entender o mundo e sua realidade de forma distinta. A crítica ao modelo em que vive, as perplexidades e incômodos cotidianos, permitem que os cidadãos entendam que precisam adotar uma postura crítica, reativa e afirmativa diante dos problemas e questões que abalam a vida cotidiana.
O homem racional passa a agir ativamente e deixa de ser levado e dominado pelo outro. Toda atitude do próprio ser social e dos outros atores que convivem no seu meio passam a ser racionalmente questionadas.
Apesar de possuir uma definição geral, a atitude filosófica apresenta quatro aspectos que podem complementar sua definição: o espanto, a dúvida, o rigor e a insatisfação.
O espanto
O espanto é considerado o ponto de partida para uma atitude filosófica. A partir do espanto, o ser social deixa de ser indiferente à sua realidade, as ações e os acontecimentos geram o espanto e impulsionam uma atitude crítica, racional, contestadora e problematizadora.
Aristóteles foi um dos primeiros a defender a origem da filosofia a partir do espanto do ser social, da estranheza e da perplexidade em relação aos acontecimentos da natureza, do universo e da vida. Para Aristóteles, o espanto é o ponto de partida para a formulação de perguntas críticas e racionais e, consequentemente, para a busca por respostas e soluções que possam minimizar ou solucionar definitivamente as questões que geram dúvida, incômodo e desconforto.
A dúvida
A dúvida também é elemento essencial para a construção da filosofia. É preciso que o filósofo duvide de todos os conceitos, todas as verdades e todas as imposições sociais. O filósofo não deve naturalizar os conhecimentos, deve problematizar tudo que é posto e apresentado.
Se não houver dúvida, não será possível repensar e discordar do que já está estabelecido. Sem a dúvida, não se reformula o conhecimento filosófico baseado na racionalidade, já que todas as respostas e teorias deixam de ser questionadas.
O rigor
A atitude filosófica depende basicamente do rigor para garantir bases sólidas para seus questionamentos e atitudes. É preciso rigor para evitar ambiguidade, informações e críticas contraditórias aos fatos que são postos em xeque.
O rigor é o elemento essencial para que o filósofo ou o questionador não use de falsas informações ou lógica rasa e falaciosa para basear suas críticas e atitudes. O rigor, aliado à racionalidade, garante as bases para sustentação das críticas ao modelo socialmente imposto, que é o alvo principal daqueles que adotam a atitude filosófica.
A insatisfação
Não é tarefa da filosofia garantir respostas prontas e satisfatórias às questões e dúvidas pessoais. O que mais se encontra na filosofia são questionamentos e dúvidas. Não há certezas, as teorias não estão prontas e acabadas. É preciso sempre que o filósofo duvide do senso comum, duvide das informações que recebe, duvide de suas próprias conclusões e certezas.
O filósofo deve evitar a satisfação diante das respostas que encontra, pois a insatisfação garantirá a busca por outras respostas, por outros pontos de vista, outras teorias e outras visões de mundo diante da sociedade e das práticas que estão sendo questionadas.
A atitude filosófica é, portanto, um posicionamento, um modelo de ação que discorda, questiona e busca respostas e possíveis ações para o padrão social da sociedade na qual o filósofo vive.