Qual a importância do Cristianismo para a formação dos reinos ibéricos de Portugal, Castela, Navarra e Aragão?
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Comumente referida apenas como Reconquista, esta expressão se refere às guerras efetuadas pela cristandade ibérica contra os árabes islâmicos que dominavam parte significativa da Península desde o século VIII. O final de tal processo costuma ser datado em 1492, ano da queda da última cidade muçulmana, Granada, perante os exércitos de Isabel I de Castela (1451 – 1504) e Fernando II de Aragão (1452 – 1516).A história da expansão islâmica na Europa está ligada de forma íntima com a da queda do Império Romano do ocidente. Em 476, seria deposto o último imperador – Rômulo Augusto – pelo chefe germânico Odoacro. Esta queda final de um regime em franca crise permitiria definitivamente a invasão e consolidação dos povos germânicos na Península Ibérica; durante o período inicial da Idade Média, estes se converteriam ao cristianismo.
Novas invasões ocorreriam após a morte do profeta Maomé, em 632, quando os seguidores da religião que ele fundara – o islamismo – passaram a expandir o território muçulmano pelo norte da África, chegando à Península Ibérica em 711. Em 716, a maioria das cidades importantes da região já caíra sob o domínio dos invasores.
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Reconquista da península Ibérica pelos cristãos
Por Fernanda Paixão Pissurno
Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)
Categorias: História da Europa, Idade Média, Idade Moderna
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Comumente referida apenas como Reconquista, esta expressão se refere às guerras efetuadas pela cristandade ibérica contra os árabes islâmicos que dominavam parte significativa da Península desde o século VIII. O final de tal processo costuma ser datado em 1492, ano da queda da última cidade muçulmana, Granada, perante os exércitos de Isabel I de Castela (1451 – 1504) e Fernando II de Aragão (1452 – 1516).
A história da expansão islâmica na Europa está ligada de forma íntima com a da queda do Império Romano do ocidente. Em 476, seria deposto o último imperador – Rômulo Augusto – pelo chefe germânico Odoacro. Esta queda final de um regime em franca crise permitiria definitivamente a invasão e consolidação dos povos germânicos na Península Ibérica; durante o período inicial da Idade Média, estes se converteriam ao cristianismo.
Novas invasões ocorreriam após a morte do profeta Maomé, em 632, quando os seguidores da religião que ele fundara – o islamismo – passaram a expandir o território muçulmano pelo norte da África, chegando à Península Ibérica em 711. Em 716, a maioria das cidades importantes da região já caíra sob o domínio dos invasores.
Apesar do avanço ter sido detido em 732 pelo rei franco Carlos Martel na batalha de Poitiers, grande parcela da Península continuaria controlada pelo muçulmanos, com exceção apenas do território correspondente ao reino de Astúrias; no século IX, este seria dissolvido, dando origem eventualmente aos reinos de Aragão, Castela, Leão e Navarra. A partir do século X, passariam a ocorrer investidas mais significativas destes reinos contra os invasores muçulmanos, aproveitando-se do desmembramento do califado em 1031 em decorrência de uma guerra civil. Neste sentido, uma vitória importantíssima ocorreu em 1139, quando o conde Afonso Henriques saiu vitorioso na batalha de Ouriques ao derrotar cinco reis muçulmanos. Em 1079, o território correspondente ao reino de Portugal começaria a ser delimitado definitivamente.
O século XI também conheceria outras vitórias cristãs com a retomada das cidades de Coimbra em 1064, Madri em 1083 e Toledo em 1085. No século seguinte, a cidade de Zaragoza seria reconquistada em 1118; no século XII, Sevilha passaria de volta à cristandade em 1248, seguida pela região de Algarve em 1249. Depois disso, porém, as rivalidades e conflitos entre os diversos reinos ibéricos impediriam que seus monarcas pudessem se unir a fim de reconquistar o último bastião muçulmano ao sul: o reino de Granada
Tudo isso começaria a mudar em 1469, quando se casariam a infanta Isabel, herdeira de Castela, e o príncipe Fernando, herdeiro de Aragão. No devido tempo, eles ascenderiam aos respectivos tronos, iniciando o processo de criação da Espanha moderna. Com a unificação de forças, a guerra contra os muçulmanos pôde recomeçar em 1482. Apenas em 1490, porém, é que o rei aragonês pôde armar acampamento dos arredores de Granada. Ao adotar uma estratégia de enfraquecimento progressivo da cidade, Fernando II foi capaz de fazer Granada aceitar a rendição. Em 25 de novembro de 1491, os termos foram assinados, mas Isabel e Fernando apenas tomariam posse oficial da cidade em dois de janeiro de 1492. Com a Península Ibérica reconquistada, os monarcas puderam focar sua atenção nas descobertas de novas terras, num processo que culminaria na chegada às Américas em outubro de 1494 pelo navegador genovês Cristóvão Colombo.
Explicação:
Quando fazemos menção sobre o processo de expansão marítima europeu, implementado durante as passagens do feudalismo para Idade Moderna, sempre tentamos relacioná-lo com os processos de formação das monarquias nacionais européias. Nesse contexto, também damos destaque ao papel pioneiro das nações ibéricas (Portugal e Espanha) na experiência pelos mares.
Para tentarmos compreender esse conjunto de fatores históricos, devemos frisar como o reaquecimento das atividades comerciais, a crise das práticas feudais e o movimento das cruzadas foram de central importância para que essas duas nações desbravassem novas rotas marítimas que transformaram tanto o eixo comercial europeu, quanto a visão que o homem europeu tinha do mundo.