Sociologia, perguntado por viniciusssshenrique0, 8 meses atrás

qual a importância do conhecimento crítico que a Sociologia proporciona?



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Respondido por larapotros21
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Resposta:

No início do século XIX, o filósofo francês Auguste Comte formulou o positivismo, uma doutrina filosófica que visa o progresso social por meio da ordem social, do progresso científico e da disciplina individual. O pilar do positivismo é a lei dos três estados, que reconhecia na humanidade a insurgência de três distintos estágios de desenvolvimento: o estado teológico, o estado metafísico e o estado positivo.

No primeiro estado, as explicações acerca da natureza baseavam-se em especulações de cunho religioso baseadas em divindades e seres sobrenaturais, porque o ser humano, na verdade, não conseguia explicar os fenômenos naturais. No segundo estado, o ser humano havia evoluído intelectualmente e criado a filosofia como maneira de promover uma especulação racional acerca do ordenamento do mundo, mas ainda não era capaz de criar e utilizar a ciência para promover tais explicações.

O terceiro e mais avançado estado deu-se com o desenvolvimento da ciência. A partir de então, houve o reconhecimento de que as explicações sobre a natureza encontram-se na própria natureza e de que a organização natural do mundo requer um processo de observação e desbravamento do mundo para uma posterior elaboração de teorias.

Para Comte, esse último estágio era o que o século XIX vivia, mas, para completá-lo, era necessário o desenvolvimento de uma nova ciência capaz de estudar a sociedade por meio dos mesmos mecanismos que as ciências da natureza usavam em relação à natureza.

A sociedade europeia vivia os reflexos de duas grandes revoluções e de mudanças sociais que aconteciam desde o Renascimento. Em primeiro lugar, a burguesia começou a fortalecer-se, junto ao nascente capitalismo, durante o período renascentista, pois a ampliação do comércio proporcionada pelo capitalismo mercantilista (aquele baseado na ampliação do comércio ultramarino e na busca por uma maior quantidade de exportação e importação de itens, como seda, ouro e especiarias) permitiu aos burgueses uma grande ascensão econômica.

O crescimento da burguesia e o surgimento do capitalismo no século XV levaram os europeus a procurarem novas rotas comerciais, o que fez os espanhóis e os portugueses atracarem seus navios em um novo continente, até então desconhecido pelos europeus, asiáticos e africanos: a América.

O contato com povos diferentes fez com que os exploradores europeus desenvolvessem os primeiros estudos sobre a cultura e o desenvolvimento das sociedades que eles chamavam preconceituosamente de “primitivas”. Surgem aí os primeiros escritos que, de maneira etnocêntrica, estavam classificando e ordenando as pessoas de etnias diferentes. Essas são as primeiras bases para o desenvolvimento de uma área dos estudos sociais que fará parte da sociologia: a antropologia.

O contexto europeu do século XIX era de caos e instabilidade social, devido a mudanças sociais ocorridas pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. Esta marcou o início de uma nova fase do capitalismo, o capitalismo industrial. A produção em massa das indústrias, comandadas pela burguesia, que havia enriquecido com o comércio, agitou os grandes centros urbanos, primeiramente situados na Inglaterra, como Londres. Houve, por conta disso, um intenso e repentino êxodo rural, o que ocasionou desemprego (pois não havia trabalho disponível para todo mundo) e suas consequências: violência, miséria, epidemias e instabilidade social. Já aquela deixou a França em um longo período de instabilidade política desde o fim do século XVIII.

Esses fatores fizeram com que Auguste Comte apostasse na criação de uma nova ciência como maneira de entender e reorganizar a sociedade. Essa ciência foi chamada primeiro de física social, mais tarde, o próprio Augusto Comte batizou-a de sociologia, o que fez com que ficasse conhecido como o “pai da sociologia”.

Apesar de ter formulado a ideia inicial dessa área, Comte não criou um método próprio para a sociologia e nem desenvolveu estudos estritamente científicos no ramo, o que fez com que o filósofo, escritor e psicólogo francês Émile Durkheim criticasse a sua obra e dedicasse-se a tornar a sociologia uma ciência.

Durkheim cria um método baseado na análise dos fatos sociais, que são, segundo o pensador, estruturas que tendem a repetir-se em todas as sociedades e garantem ao sociólogo um trabalho mais cientificamente preciso. Durkheim também introduziu a sociologia como disciplina de estudo no Ensino Superior. Pela formulação do método e por seu trabalho de pesquisa sociológico, o pensador francês é considerado o primeiro sociólogo.

Émile Durkheim, o primeiro sociólogo.

Além de Durkheim, Karl Marx e Max Weber também criaram importantes métodos para a análise sociológica. Segundo Marx, para entender a sociedade, é necessário reconhecer as estruturas de dominação das classes sociais e atentar-se para a produção material que cada sociedade legou. Tal constatação culminou no método chamado

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