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A crise do algodão e suas implicações
. O fato de não ser de imediato afetada pela citada conjuntura de mercado, pode ser atribuído à especificidade do algodão produzido no Seridó, " que reunia as melhores qualidades no mundo, em termos de comprimento, sedosidade, resistência e coloração", de acordo com informações prestadas por Wadi Rocha, funcionário da maior usina existente em Caicó.
Não se encontrando imune à crise da cotonicultura, a produção do Seridó foi seriamente abalada pelo surgimento de um fato novo: a demanda por fibras de algodão caiu sensivelmente, tanto no mercado externo quanto no interno, em face do uso de fibras sintéticas na indústria têxtil. Com isso, aumentava a produtividade das máquinas e permitia inovações tecnológicas mais ousadas no setor de produção têxtil.
No âmbito desse processo de modernização industrial que ganhava consistência a nível internacional e nacional, a economia do Estado foi bastante afetada, e por conseqüência, o Seridó, região que se destacava na cotonicultura potiguar. Isto porque a redução de consumo do algodão deu-se, sobremaneira, em termos de fibra de melhor qualidade, justamente a fibra do algodão mocó, tendo em vista que, para a produção de tecidos poderia se recorrer a associação entre a fibra sintética e o algodão de fibra curta. Dessa forma, o algodão de fibra longa tornava-se descartável ao processo produtivo da indústria têxtil que se implantava, baseada em um novo padrão tecnológico.
No início dos anos 1970, o espectro da crise rondava a economia do Rio Grande do Norte, evidenciando uma desaceleração em seu crescimento. A modernização da indústria têxtil do Sudeste permitiu não só o seu aperfeiçoamento, como também a sua desconcentração. E o Nordeste, por não acompanhar este surto modernizador, teve a sua própria indústria têxtil desestruturada, servindo de palco à instalação de filiais das empresas do Sudeste. A economia regional nordestina era então atingida duplamente pelo mesmo processo(11).
A configuração desse quadro disferiu sobre a economia do Seridó fundamentada no binômio algodão-gado, um golpe fatal sobre um dos seus pilares, atingindo a base de sua estrutura econômica. A crise da cotonicultura, apesar de sua inserção numa conjuntura mais ampla, que passava pelas inovações tecnológicas decorrentes do desenvolvimento técnico-científico, materializava-se a nível local, sem carrear perspectivas futuras que a vinculassem ao surto de modernização que irrompeu no país.
Este fato representou o abandono do cultivo algodoeiro, não havendo preocupação da elite local em buscar alternativas em termos de produção agrícola, o que resultou numa fase de estagnação econômica regional. Outrossim, o processo de modernização agrária iniciava-se pela pecuária. Considerando que a produção algodoeira era desenvolvida, predominantemente, pelo sistema de parceria, a situação configurada com o seu declínio impossibilitou a permanência de uma fração significativa da classe trabalhadora no campo, pois as áreas outrora reservadas à agricultura comercial (algodão), associada à agricultura de subsistência, foram destinadas ao plantio de pastagens para o gado.
Decorrente desse quadro, o proprietário tinha assegurado lucros, mas o pequeno produtor não tinha garantias quanto a trabalho, moradia e sobrevivência na zona rural. Na ausência de opções para permanecer nesse meio, restava-lhe como alternativa o êxodo rural. Enquanto em outras regiões do Estado, o declínio do algodão permitiu um redirecionamento da agricultura, baseada na introdução de novos cultivos comerciais através da diversificação das culturas e da introdução de novas técnicas agrícolas, com destaque para a fruticultura irrigada, a Região do Seridó mostrou resistência a uma reorientação agrícola, apresentando tendência à estagnação neste setor. Conforme Araújo(12), no sertão semi-árido do Nordeste brasileiro, área tradicional do algodão, "a resistência à mudança permanece sendo a marca principal do ambiente sócio-econômico..."
As implicações desse fato tiveram diversas repercussões no crescimento das cidades do Seridó. As migrações rural-urbana fizeram crescer a periferia das cidades. Em decorrência, novos espaços foram ocupados, aumentando a demanda pelas chamadas necessidades básicas do indivíduo: trabalho, alimentação, habitação, vestuário, saúde e educação; e também, pela ampliação da infra-estrutura como saneamento básico, eletrificação, transportes, pavimentação e iluminação das ruas. E o mercado de trabalho, insuficiente para absorver esse novo contingente, deu margem à proliferação do mercado informal.
. O fato de não ser de imediato afetada pela citada conjuntura de mercado, pode ser atribuído à especificidade do algodão produzido no Seridó, " que reunia as melhores qualidades no mundo, em termos de comprimento, sedosidade, resistência e coloração", de acordo com informações prestadas por Wadi Rocha, funcionário da maior usina existente em Caicó.
Não se encontrando imune à crise da cotonicultura, a produção do Seridó foi seriamente abalada pelo surgimento de um fato novo: a demanda por fibras de algodão caiu sensivelmente, tanto no mercado externo quanto no interno, em face do uso de fibras sintéticas na indústria têxtil. Com isso, aumentava a produtividade das máquinas e permitia inovações tecnológicas mais ousadas no setor de produção têxtil.
No âmbito desse processo de modernização industrial que ganhava consistência a nível internacional e nacional, a economia do Estado foi bastante afetada, e por conseqüência, o Seridó, região que se destacava na cotonicultura potiguar. Isto porque a redução de consumo do algodão deu-se, sobremaneira, em termos de fibra de melhor qualidade, justamente a fibra do algodão mocó, tendo em vista que, para a produção de tecidos poderia se recorrer a associação entre a fibra sintética e o algodão de fibra curta. Dessa forma, o algodão de fibra longa tornava-se descartável ao processo produtivo da indústria têxtil que se implantava, baseada em um novo padrão tecnológico.
No início dos anos 1970, o espectro da crise rondava a economia do Rio Grande do Norte, evidenciando uma desaceleração em seu crescimento. A modernização da indústria têxtil do Sudeste permitiu não só o seu aperfeiçoamento, como também a sua desconcentração. E o Nordeste, por não acompanhar este surto modernizador, teve a sua própria indústria têxtil desestruturada, servindo de palco à instalação de filiais das empresas do Sudeste. A economia regional nordestina era então atingida duplamente pelo mesmo processo(11).
A configuração desse quadro disferiu sobre a economia do Seridó fundamentada no binômio algodão-gado, um golpe fatal sobre um dos seus pilares, atingindo a base de sua estrutura econômica. A crise da cotonicultura, apesar de sua inserção numa conjuntura mais ampla, que passava pelas inovações tecnológicas decorrentes do desenvolvimento técnico-científico, materializava-se a nível local, sem carrear perspectivas futuras que a vinculassem ao surto de modernização que irrompeu no país.
Este fato representou o abandono do cultivo algodoeiro, não havendo preocupação da elite local em buscar alternativas em termos de produção agrícola, o que resultou numa fase de estagnação econômica regional. Outrossim, o processo de modernização agrária iniciava-se pela pecuária. Considerando que a produção algodoeira era desenvolvida, predominantemente, pelo sistema de parceria, a situação configurada com o seu declínio impossibilitou a permanência de uma fração significativa da classe trabalhadora no campo, pois as áreas outrora reservadas à agricultura comercial (algodão), associada à agricultura de subsistência, foram destinadas ao plantio de pastagens para o gado.
Decorrente desse quadro, o proprietário tinha assegurado lucros, mas o pequeno produtor não tinha garantias quanto a trabalho, moradia e sobrevivência na zona rural. Na ausência de opções para permanecer nesse meio, restava-lhe como alternativa o êxodo rural. Enquanto em outras regiões do Estado, o declínio do algodão permitiu um redirecionamento da agricultura, baseada na introdução de novos cultivos comerciais através da diversificação das culturas e da introdução de novas técnicas agrícolas, com destaque para a fruticultura irrigada, a Região do Seridó mostrou resistência a uma reorientação agrícola, apresentando tendência à estagnação neste setor. Conforme Araújo(12), no sertão semi-árido do Nordeste brasileiro, área tradicional do algodão, "a resistência à mudança permanece sendo a marca principal do ambiente sócio-econômico..."
As implicações desse fato tiveram diversas repercussões no crescimento das cidades do Seridó. As migrações rural-urbana fizeram crescer a periferia das cidades. Em decorrência, novos espaços foram ocupados, aumentando a demanda pelas chamadas necessidades básicas do indivíduo: trabalho, alimentação, habitação, vestuário, saúde e educação; e também, pela ampliação da infra-estrutura como saneamento básico, eletrificação, transportes, pavimentação e iluminação das ruas. E o mercado de trabalho, insuficiente para absorver esse novo contingente, deu margem à proliferação do mercado informal.
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