Qual a importância da reciprocidade para Weber?
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Resposta:
Para Weber, diferentemente das ciências naturais, para as quais os acontecimentos são relativamente independentes do cientista que os analisa, nas ciências sociais os acontecimentos dependem fundamentalmente da postura e da própria ação do investigador. Nesse sentido, a realidade não é uma coisa em si. Ela ganha um determinado rosto conforme o olhar que você lança sobre ela.
Weber se recusa a tratar os “fatos” sociais como se fossem “coisas”. Para ele, as coisas que eu vejo podem ser diferentes das coisas que você vê; pode ser também que as coisas que eu vejo não são coisas para você. A razão disso é que os homens vêem o mundo que os cerca a partir de seus valores.
Entende ainda o referido autor que os valores são compartilhados, mas são introjetados (subjetivados) de modos distintos, conforme o processo de interação em que o indivíduo está inserido.
As ciências sociais, que Weber chama de ciências da cultura, são vistas como a possibilidade de captação da interação entre homens e valores no seio da vida cultural (captação da ação social)
Para Weber, como a realidade é infinita, apenas um fragmento de cada vez pode ser objeto do conhecimento. O “todo” (a sociedade) que supostamente pesaria sobre as partes (os indivíduos) é incompreensível se for tratado como um todo, como uma coisa. Este todo reside na interação entre as partes e não é possível conhecer todas elas ao mesmo tempo, porque são muitas e porque se renovam a cada dia.
A sociedade, em Weber, não é um bloco, mas uma teia.
Na seleção do fragmento a ser investigado estarão presentes os valores do investigador, que faz parte dessa sociedade ou de alguma outra. Trata-se de um processo subjetivo que não compromete a objetividade do conhecimento, desde que o investigador leve em conta, na interpretação das ações e relações, os valores que ele atribui ao próprio ator social (aquele que pratica a ação) e não os seus próprios valores (do investigador).
Explicação: