História, perguntado por dantaslive, 8 meses atrás

QUAL A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DOS JOGOS INDÍGENAS PARA O POVO

TAPEBA?​

Soluções para a tarefa

Respondido por Cleitonkuntz
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Informações gerais

"Tapeba", "tapebano" ou "perna-de-pau" são atribuições étnicas pelas quais uma dada coletividade se identifica e é reconhecida na paisagem social local do município de Caucaia como constituindo um grupo distinto. Esse reconhecimento estende-se ao nível regional, dada a repercussão, nos meios de comunicação, do movimento reivindicatório que os Tapeba encamparam, com o apoio da Arquidiocese de Fortaleza, visando a proteção de algumas áreas que ocupam hoje (entre as quais, o manguezal às margens do Rio Ceará) e a recuperação do território da antiga Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia, exigindo junto à FUNAI a demarcação de uma área indígena.

 Às vezes, contudo, estas localidades mesmas acabam sendo englobadas pelo topônimo Tapeba, dando ao observador a impressão de que - como eles dizem - "é tudo um lugar só, tudo é só uma terra só".

Tapebano, assim, é uma locução adjetiva para "do Tapeba", "da lagoa do Tapeba". Perna-de-Pau, por sua vez, constitui uma referência ao apelido de um ancestral ao qual comumente remontam ao traçar a sua genealogia - no que diz respeito a pelo menos um segmento dos Tapeba, a família de Zabel.

A etimologia da palavra tapeba é tupi, segundo acordo entre vários autores (como Alfredo Moreira Pinto e Thomaz Pompeu Sobrinho), constituindo uma variação fonética de itapeva (de itá/tá, i. é, "pedra"; e peva, i. é, "plano", "chato"): "pedra plana", "pedra chata", "pedra polida", etc. O nome do município em que se encontram também é de origem tupi, representando uma variação de ka'a-okai (de ka'a, i. é, "erva", "mato", "bosque", "floresta"; e okai, i. é, "queimar"): "mato queimado", "bem queimado está o mato", "queimada", "mato que se queima". A toponímia local é quase toda ela de origem tupi: Capuan, Iparana, Icaraí, Jandaiguaba, Paumirim, Pabussu, Tabapuá etc.

A estimativa populacional de 1.150 pessoas foi estabelecida a partir de censo genealógico realizado em algumas localidades, comparado e cruzado com os dados do "Cadastramento dos Índios Tapeba", realizado pela Arquidiocese de Fortaleza entre março e setembro de 1986 - que apontou 914 pessoas em 185 famílias. Contudo, esse é um dado difícil de ser estabelecido de modo definitivo devido à dinâmica mesma da fronteira étnica. Eles vivem em intenso e permanente contato com "brancos": seja no desenvolvimento de atividades produtivas, seja em razão de casamentos interétnicos, seja pela manutenção de relações de proximidade social através da constituição de relações de parentesco fictícias, seja pela cordialidade - em alguns casos - das relações de vizinhança com "brancos".

Caucaia, os grupos locais Tapeba e sua economia

As áreas em que os Tapeba residem constituem grupos locais de tamanho, padrão de assentamento, densidade e localização distintos, dentro da geografia multifacetada do município. Ocupando nichos diferentes, os Tapeba atualizam formas diferenciadas de apropriação dos recursos naturais, basicamente extrativistas e sazonais. Assim, os grupos locais apresentam caracteres contrastantes. Há desde áreas habitadas majoritariamente por tapebanos, como a paisagem rural do Tapeba (lagoa do Tapeba, Cutia, lagoa dos Porcos e Pedreira Sta Terezinha), em que trabalham na palha, na agricultura (como diaristas e arrendatários) e no "negócio com frutas"; até áreas onde a presença deles é residual, como é o caso dos bairros do perímetro urbano da sede do município (Capoeira/bairro Pe. Júlio Maria, Açude, Cigana, Itambé, Grilo, Vila São José, Vila Nova/bairro Sta. Rita), em que predominam o comércio ambulante, os pequenos serviços e o trabalho assalariado. Alguns desses bairros já estão crescendo para dentro dos imóveis rurais que os limitam. Há também áreas com um padrão de assentamento singular, como é o caso do Trilho, nas localidades de Paumirim e Capuan, e da(s) Ponte(s), localidade de Soledade: no primeiro, as casas encontram-se distribuídas, longitudinalmente, às margens da Ferrovia Fortaleza-Sobral, num trecho de 2,5 km., em terreno da R.F.F.S.A., entre as barreiras do "corte" e as cercas das propriedades rurais vizinhas; e na segunda, as casas se situam às margens do rio Ceará, nas únicas áreas de aterro sólido do mangue, geradas quando da pavimentação da rodovia BR-222 - cuja ponte sobre o mesmo rio empresta o nome à localidade. No Trilho, vamos encontrar os Tapeba negociando com frutas, fabricando carvão vegetal, coletando mudas de plantas de valor ornamental e capturando animais silvestres nas serras para a venda. Já nas Pontes, a pesca artesanal não colonizada de crustáceos, no mangue, e a retirada de areia do leito do rio Ceará constituem as atividades produtivas principais.

Explicação:


dantaslive: vl
bussyZz: carai menó uma bíblia
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