Qual a importância da discriminação e generalização no controle do comportamento?
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Para definir a importância, é interessante abordar o significado dos conceitos.
Também nomeada de indução por Skinner (2003, p. 145-146), a generalização consiste no processo de interação com estímulos a partir de um histórico anterior com estímulos alheios, mas com alguma semelhança a ser definida pela classe de estímulos. Esse conceito é importante para se pensar a aprendizagem na Análise Comportamental, pois é a generalização que leva o indivíduo a economizar tempo e aplicar o que aprendeu anteriormente (efetivando aprendizagens).
- Na generalização operante, o indivíduo opera no meio a partir de suas experiências anteriores, que modelaram seu comportamento.
A discriminação, ato ou efeito de discriminar estímulos a partir de características subjetivas a estímulos específicos, consiste no processo pelo qual o indivíduo especializa seu comportamento. A citada especialização é importante para a redução de algumas generalizações, levando o indivíduo a aprender mais comportamentos,
- Na discriminação operante, o indivíduo opera no meio ciente de especificidades - que podem ser aprendidas através do processo de modelagem.
De forma geral, a generalização e a discriminação são importantes para o processo de aprendizagem, que vai ditar a sobrevivência e as operações no mundo material e social.
O controle de comportamento pode ser visto e pensado como o processo pelo qual os comportamentos são definidos e complexificados a partir de suas consequências - principalmente a partir da modelagem dos operantes. Assim sendo, as importâncias supramencionadas também se aplicam no controle do comportamento, pois esse acontece a partir da aprendizagem com operações no meio.
Exemplo prático:
Uma criança aprende que um lápis escreve. Ao se deparar com uma caneta (que é da mesma classe funcional do lápis), ela vai generalizar o comportamento de usar o lápis na caneta - agindo de forma semelhante para pegar e escrever.
Tem um porém: nem todas as canetas escrevem, pois elas precisam ter tinta - que acabam.
Quando a criança se deparar com várias canetas sem tinta, e perceber a característica que define isso (o tubo central cheio), ela irá discriminar que nem todas as canetas escrevem, pois apenas as com tinta servem pra isso.
Nesse exemplo, a criança especializou seu comportamento, então, não aprendeu algo e irá gastar menos para encontrar uma caneta que sirva para rabiscar as paredes. Esse caso pode ser complexificado ainda mais - por exemplo, Skinner & Holland (1927) e Moreira & Medeiros (2007), citam experimentos com pombos.
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Obras citadas:
- HOLLAND, J. G.; SKINNER, B. F. A análise do comportamento. Tradução de Rodolpho Azzi e Carolina M. Bori. São Paulo: EPU, 1927.
- MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. D. Princípios Básicos de Análise do Comportamento. 1ª. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2007.
- SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. Tradução de João Carlos Todorov e Rodolfo Azzi. 11ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 118-245.