qual a importância da arma com o cigarro
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Resposta:
Há pouco mais de dez anos parar de fumar era privilégio exclusivo de quem tinha força de vontade. A liberação em 1995 do chiclete nicotinizado pela US Food and Drug Administration American surgiu como a grande esperança para os tabagistas do mundo inteiro e marca o início de uma escalada bem sucedida de novas descobertas de produtos que auxiliam o fumante a deixar o cigarro. Logo em seguida, vieram o adesivo de nicotina, o spray nasal "" ação em 12 segundos -, o inhaler "" cigarro sem fumaça -, e o comprimido sublingual, todos nicotinizados. Na seqUência surgiu a Bupropiona, uma droga antidepressiva, não nicotinizada que imita a ação da nicotina liberando dopamina a partir do Sistema Nervoso Central. E, por último, veio o cigarro sem nicotina, que auxilia muito na "dependência psicológica"� do fumante, que corresponde ao ato repetido de levar o cigarro à boca.
Mas a grande expectativa no momento está centrada num produto não nicotinizado que nos foi apresentado no Congresso de Pneumologia, em novembro passado, na cidade de Fortaleza (CE). Trata-se do Champix, cuja substância ativa, a Vareniclina, age de forma absolutamente diferente da Bupropiona, bloqueando a ação da nicotina de liberar a dopamina, única responsável pelo prazer fugaz que o fumante experimenta ao inalar a fumaça do cigarro. A ausência do prazer e de sensação de bem-estar, responsáveis pela dependência, irá naturalmente desestimular o próximo cigarro. É esse o princípio básico desse novo produto que o laboratório Pfizer está lançado no mercado.
Mas é muito importante registrar que, apesar da disponibilidade de todo esse arsenal de produtos anti-tabaco, existe hoje no seio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pneumologia um pensamento dominante no sentido de que a abordagem comportamental "" reuniões semanais com grupos de fumantes, realizadas por profissionais de saúde devidamente capacitados "", cujo objetivo é tentar mudar a postura e o comportamento do tabagista em relação ao hábito de fumar, se constitui no grande recurso para fazer o fumante abandonar definitivamente o cigarro. A secundarização que essas entidades estabelecem em relação a outros métodos fora do comportamental ficou muito transparente durante o último Congresso.
No entanto, nossa longa experiência com recuperação de tabagistas nos estimula a afirmar que a junção da abordagem comportamental com o tratamento medicamentoso "" três ou quatro produtos se complementando "" vai evitar com absoluta segurança as recaídas, grandes responsáveis pelos insucessos dentro do processo de desintoxicação do fumante.