Ed. Técnica, perguntado por nathy293, 1 ano atrás

qual a importância da agroecologia para o desenvolvimento de sistemas de produção alternativos?

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Respondido por mily92
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A agroecologia é uma ciência que resgata o conhecimento agrícola tradicional desprezado pela agricultura moderna, e procura fazer sua sistematização e validação de forma que este possa ser (re)aplicado em novas bases (científicas). Além disto, na medida que expressa em seus princípios, que para sua prática é necessário um ser humano desenvolvido e consciente, com atitudes de coexistência e não de exploração para com a natureza (Altieri, 1989), a agroecologia se apresenta no Brasil como uma forma de resistência contra a devastadora onda modernizadora e contra a expropriação completa dos agricultores (Canuto, 1998). O que integra propostas agroecológicas com outras voltadas a desenvolver a agricultura familiar.

Em função de suas especificidades, a organização social da produção agrícola baseada no trabalho familiar favorece a conciliação entre a complexificação desejada e a supervisão e controle do processo de trabalho necessário, de tal forma que Carmo (1998) a considera como o locus ideal ao desenvolvimento de uma agricultura ambientalmente sustentável, em função de suas características de produção diversificada, integrando atividades vegetais e animais, e por trabalhar em menores escalas.

A estrutura familiar de produção não representa uma limitação ao desenvolvimento agrícola, mas sim que este deva ocorrer a partir de uma lógica diferente, na medida em que – como enfatiza Brandenburg (1999) – os âmbitos da satisfação, do desejo ou da subjetivação, que justificam a conduta dos agricultores, nem sempre atuam de forma dissociada como nos demais sistemas da sociedade moderna. Esta lógica é que faz com que Costa Neto (1999) apresente uma estrutura social agrária com base na unidade familiar e o conseqüente trabalho agrícola associativo e cooperado, aliado à preocupação ambiental, inerente a agroecologia, como embrião do surgimento no campo de uma sociedade verdadeiramente sustentável.

Partindo destas premissas pretende-se neste trabalho avaliar a viabilidade de modelos agroecológicos de produção como instrumento para o desenvolvimento de agricultores familiares, assim como avaliar a importância de políticas públicas específicas neste processo. Para isto tomar-se-á como base estudo de caso junto a produtores familiares de milho e feijão, tendo por referência trabalho desenvolvido na região centro-sul do Estado do Paraná pela AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa), ONG que tem por objetivo o desenvolvimento de agricultores familiares a partir do fomento de tecnologias agroecológicas.

Inicialmente apresenta-se a metodologia utilizada, para em seguida expor-se às características gerais da região centro-sul do Estado do Paraná e de sua agricultura familiar. Discutem-se então as informações obtidas através de entrevistas junto a agricultores familiares da região em questão, na seguinte ordem: práticas agroecológicas e os sistemas de produção observados; os agricultores pesquisados e o ambiente social que os cerca (condições de vida, organização social e ação do poder público); e indicadores econômicos dos agricultores entrevistados, para finalizar com uma conclusão acerca do objetivo proposto.

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