Qual a história do Jornalismo Cearense?
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Resposta:
Breve história....
Explicação:
Envolto em mistério, presume-se, no entanto, que o primeiro jornal publicado no Ceará data de 1824. Chamado de “Diário do Governo do Ceará”, o autor desta façanha foi o padre Gonçalo Inácio de Loiola de Albuquerque e Melo, mais conhecido como padre Mororó. Há dúvidas, no entanto, sobre a primazia do “Diário”. Baseado em uma citação feita pelo governador da província de 1812 a 1819, Manuel Ignácio de Sampaio e Pina, na qual o governador se refere a uma “gazeta” publicada por ele por volta de 1817, há quem diga que o “Diário do Governo” não foi o primeiro, mas o segundo jornal publicado no estado. Discussões à parte, o certo é que, segundo Geraldo da Silva Nobre em sua “Introdução à História do Jornalismo Cearense”, publicado, a primeira vez, em 1974, a história do jornalismo cearense pode ser dividida em duas partes. Na primeira delas, o jornalismo, no Ceará, existiu em função dos partidos políticos. Na segunda, quando apareceu “O Correio do Ceará”, preponderou o noticiário e a publicidade. Coisa que até então não existia ou, se existia, não era relevante.
Na primeira fase do jornalismo cearense, que coincide com o Segundo Império, no Brasil (1840-1889), as folhas se dividiam em duas. Havia aquelas, dos conservadores, que publicavam “A Gazeta do Norte” e a dos liberais, responsáveis pelo “Cearense”. Estes, e mais “O Imparcial” e “O Sol”, todos políticos, foram os principais órgãos da imprensa cearense depois de “D. Pedro II” publicado, também, pelos conservadores, e “A Constituição” dos liberais.
“É muito difícil”, escreve Geraldo Nobre depois de se referir ao “Libertador”, editado pelos abolicionistas, e “A Fraternidade” (que vivia em disputa com a “Tribuna Católica”), “ajuizar-se o papel que os jornais desempenham na civilização cearense”. E cita João Brígido em seguida que, segundo ele, afirmava, com toda convicção, que se não fossem os jornais, a luta entre os adversários políticos, no Ceará, deixaria de ser de papel para ser resolvida a bala. A linguagem, no entanto, era a do insulto. Quase tão nociva quanto a de um trabuco se este pudesse ser inserido, furtivamente, por baixo de uma porta. Mesmo assim, Geraldo Nobre considera que os primeiros jornais do Ceará funcionavam quase como “universidades abertas” em um tempo em que estas, as universidades, sequer existiam no Brasil.
Primeira Crise
A primeira crise do jornalismo cearense data de 1889, aproximadamente, quando o regime monarquista cedeu lugar para o republicano. Foi nessa época que desapareceram os jornais mais antigos da província (e, segundo Geraldo Nobre, do Brasil, quando se trata de jornalismo político): “O Cearense” e o “Pedro II”.
“A República”, periódico que apareceu em seguida, teve uma duração de 20 anos. O “Jornal do Ceará” e “Unitário”, publicados, respectivamente, por Valdomiro Cavalcante e João Brígido, datam do mesmo período. Nenhum dos três, porém, possuía a vitalidade do “Cearense” e do “Pedro II”. O primeiro porque era publicado pelo governo e o segundo e o terceiro porque, sendo da oposição, não dispunham de meios adequados para sobreviver folgadamente.
PUBLICIDADE E INFORMAÇÃO
Lançado em 1915, o “Correio do Ceará” mudou, completamente, a forma de fazer jornal no estado. Fundado por Álvaro da Cunha Mendes, o “Correio” rompeu com a linha partidária tradicional e adotou uma outra, mais independente. Assim, surgiu um órgão noticioso e publicitário tornando o jornalismo, no Ceará, uma atividade profissional e não apenas partidária ou ideológica.
Em 1922 surgiu “O Nordeste”, que circulou durante 45 anos. “A Gazeta de Notícias”, em 1927, e “O Jornal O Povo”, em 1928. Em 1936, o PSD fundou o jornal “O Estado” que, em 1963, passou para as mãos de Venelouis Xavier e tomou rumo novo.
Dentre os jornais publicados no século XX no Ceará e que desapareceram em seguida estão “A folha do Povo”, de H. Firmeza, “A Tribuna”, de Fernando Távora, “O Ceará”, de Matos Ibiapina, e “O Diário do Povo”, de Jáder de Carvalho. Aí está o resumo dos 190 anos da imprensa na terra de Padre Mororó e João Brígido que, por sinal, nasceu em São João da Barra, Espírito Santo, e não no Ceará.