Qual a função dos mitos na filosofia?
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Explicação:
O logos (λόγος), que pode ser traduzido como razão ou discurso racional, foi o divisor de águas entre o pensamento cosmogônico e o pensamento cosmológico. Ele é considerado como o marco da ciência e da filosofia. Um fator importante para a mudança de perspectiva dos gregos, levando-os a questionar sua tradição e o modo como pensavam. Como podemos observar em História da Filosofia, o mito "realmente alcançava todos os domínios da cultura, da arte e até da ciência. Com transformações sociais e com a chegada de novos pensadores, porém o mito perdeu as suas forças, sendo cada vez mais substituído pelo logos" (História da Filosofia, Cap. 1, pg. 19). No entanto, o mito não deixou de fazer parte da tradição grega, assim, de uma hora para outra; seria até mesmo forçoso dizer que "pouco a pouco". Os gregos acreditavam em seus mitos embora o espírito da época os impulsionasse para um novo olhar. E os filósofos, como Platão, estavam cientes disso. Não é a toa que Sócrates foi condenado à morte e Protágoras teve suas obras queimadas e foi perseguido: por pensarem diferente e não terem medo de dizê-lo. Por outro lado, Platão foi mais cauteloso; é o que podemos observar em seus diálogos; o mito estava ali, presente, em quase boa parte de suas obras.