qual a força da religião?
marco como melhor resposta!!
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A FORÇA DA RELIGIÃO
Anterior às marcas mnêmicas e às representações, portanto, pré-histórico, o nascimento é uma experiência traumática resignificada posteriormente como uma expulsão do paraíso: o pomar que simboliza o claustro uterino.
Por conta disso, o maior anseio do ser humano é o regate deste lugar de bem-aventurança que ele pode sentir, mas não consegue descrever. Sem alternativa, ele o projeta no futuro, depois da morte, a qual não encara como uma perda inelutável da proteção obtida no interior do corpo materno, que é o que, de fato, ela representa em nossa mente, mas a fantasia de uma volta ao passado, como se tudo pudesse começar outra vez.
A religião, a mais antiga das atividades culturais, é o recurso que possibilita este encontro entre o passado e o futuro. Por isso, todas as religiões têm em comum uma narrativa de origem, que geralmente coloca o indivíduo numa situação de desamparo, e a crença na vida após a morte, correspondendo a uma reconquista da proteção perdida. Não é sem razão que a palavra religião, que vem do latim (religio), é formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular).
Dessa forma, podemos considerar a religião um mito de nascimento e morte, com o qual procuramos nos apaziguar diante da pergunta que sempre atormentou a humanidade: “Quem somos, de onde viemos, para onde vamos”.
Não obstante, devemos ter presente que a perda experimentada pelo nascimento não é a de um objeto, mas a de um contexto, tal como se observa nas patologias do desvalimento, as quais se encontram relacionadas com o período de imaturidade do ego, quando a maior ameaça que ele sofre é a do desamparo. Este contexto encontra-se representado pelo manto pregueado e abundante da Nossa Senhora em duas lindíssimas esculturas de Miguel Ângelo, as quais aludem a uma saída e a uma volta que não é de vivência prazerosa, mas de alívio absoluto de todas as tensões.
Resposta:
A FORÇA DA RELIGIÃO
Anterior às marcas mnêmicas e às representações, portanto, pré-histórico, o nascimento é uma experiência traumática resignificada posteriormente como uma expulsão do paraíso: o pomar que simboliza o claustro uterino.
Por conta disso, o maior anseio do ser humano é o regate deste lugar de bem-aventurança que ele pode sentir, mas não consegue descrever. Sem alternativa, ele o projeta no futuro, depois da morte, a qual não encara como uma perda inelutável da proteção obtida no interior do corpo materno, que é o que, de fato, ela representa em nossa mente, mas a fantasia de uma volta ao passado, como se tudo pudesse começar outra vez.
A religião, a mais antiga das atividades culturais, é o recurso que possibilita este encontro entre o passado e o futuro. Por isso, todas as religiões têm em comum uma narrativa de origem, que geralmente coloca o indivíduo numa situação de desamparo, e a crença na vida após a morte, correspondendo a uma reconquista da proteção perdida. Não é sem razão que a palavra religião, que vem do latim (religio), é formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular).
Dessa forma, podemos considerar a religião um mito de nascimento e morte, com o qual procuramos nos apaziguar diante da pergunta que sempre atormentou a humanidade: “Quem somos, de onde viemos, para onde vamos”.
Não obstante, devemos ter presente que a perda experimentada pelo nascimento não é a de um objeto, mas a de um contexto, tal como se observa nas patologias do desvalimento, as quais se encontram relacionadas com o período de imaturidade do ego, quando a maior ameaça que ele sofre é a do desamparo. Este contexto encontra-se representado pelo manto pregueado e abundante da Nossa Senhora em duas lindíssimas esculturas de Miguel Ângelo, as quais aludem a uma saída e a uma volta que não é de vivência prazerosa, mas de alívio absoluto de todas as tensões.