Saúde, perguntado por malena2013, 1 ano atrás

qual a fisiopatologia do derrame pleural?

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Respondido por rayguimars
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Fisiologicamente existe equilíbrio entre a entrada e saída de líquido na cavidade pleural; de modo a manter constante a quantidade e concentração proteica do fluído pleural. Os movimentos respiratórios, pela alternância da inspiração e expiração, facilitam a reabsorção do líquido e das partículas, assim como a sua progressão nos linfáticos.

A acumulação de líquido no espaço pleural pressupõe a alteração deste estado de equilíbrio. O líquido pleural acumula-se quando a sua formação excede a sua absorção.

Normalmente, o líquido entra no espaço pleural a partir de capilares da pleura parietal e é removido pelos linfáticos situados na pleura parietal. Este líquido pode também penetrar no espaço pleural a partir dos espaços intersticiais do pulmão através da pleura visceral ou da cavidade peritoneal através de pequenos orifícios no diafragma. Por conseguinte, o derrame pleural ocorre quando há excesso de formação de líquido pleural (da pleura parietal, dos espaços intersticiais do pulmão, ou da cavidade peritoneal) ou quando há menor remoção de líquidos pelos linfáticos.

A mecânica pulmonar e as trocas gasosas são pouco afectadas pelo derrame pleural, a não ser que este seja suficientemente extenso para comprimir uma quantidade apreciável de parênquima subjacente.

Os mecanismos responsáveis pela acumulação de um volume anormal de líquido pleural são:

Aumento da pressão hidrostática na microcirculação: na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), parece ser a elevação da pressão dos capilares pulmonares, o factor determinante do desenvolvimento do derrame pleural.
Diminuição da pressão oncótica na microcirculação vascular: baixas taxas de albumina fazem aumentar o liquido intersticial. Ex: síndrome nefrótico.
Diminuição da pressão do espaço pleural (ex: neoplasia broncogénica com atelectasia).
Aumento da permeabilidade da microcirculação: o aumento da permeabilidade vascular permite a passagem de liquido, proteínas e células. (ex: situações infecciosas ou neoplásicas que inflamem a pleura).
Bloqueio da drenagem linfática: bloqueio da drenagem linfática desde os estomas até aos gânglios mediastinicos (ex: tumor, fibrose). È um dos mecanismos mais importantes na formação dos derrames.
Passagem de liquido a partir do espaço peritoneal: as situações de ascite, geralmente por cirrose hepática podem originar derrame pleural, pela passagem de líquido, quer através dos linfáticos do diafragma ou por defeito deste.
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