qual a diferença que o historiador estabece entre democracia e republica
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Resposta:
Parto da suposição de que a cidadania democrática encerra três ideais normativos:
(1) Civismo, que vou tomar como um ideal de excelência no exercício da cidadania.
(2) Plebeísmo, um ideal de extensão da cidadania.
(3) Pluralismo, que é um ideal de tolerância para com os diferentes estilos de vida e crenças religiosas e filosóficas dos cidadãos.
Esses ideais são complementares, contudo estão em permanente tensão um com o outro. São complementares no sentido de que a justificação moral do Estado democrático funda-se na coexistência desses três ideais: a total ausência de um deles implica solapar as bases normativas da democracia. A tensão significa que as exigências implícitas em cada um deles, levadas às últimas conseqüências, os colocam em irremediável conflito com os demais. Estados democráticos resultam de determinados arranjos ou composições entre os princípios que os justificam, e uma das causas da variedade histórica das democracias provém da maior ou menor ênfase de um dos componentes em relação aos outros dois: há democracias que são mais "cívicas" e menos "pluralistas", outras que são mais "plebeístas" e menos "cívicas" e assim por diante.
A literatura recente da teoria democrática costuma destacar e analisar os conflitos entre civismo (que aparece associado à tradição republicana clássica, antiga e moderna) e pluralismo (que aparece associa do à tradição liberal). Muito pouca atenção se dá à distinção, que quero realçar aqui, entre civismo e plebeísmo e, em conseqüência, à forte tensão que a meu ver está relacionada a essa distinção. Embora plebeísmo e pluralismo sejam dois subprodutos de um mesmo fenômeno normativo, a inclusão, o presente artigo vai deixar de lado a análise mais detalhada do segundo (que espero poder desenvolver numa outra ocasião), para melhor explorar os elementos conceituais relativos ao civismo e ao plebeísmo, e explicar porque sua coexistência tende a ser conflituosa.