Qual a diferença entre escravidão e Mita?
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Resposta:
A mita foi estabelecida nos paises colonizados pelos espanhóis na américa do sul. Era um sistema pior que a escravidão
Explicação:
Na América Espanhola, durante o período colonial, foi estabelecida uma forma de trabalho obrigatória, imposta aos indígenas desta região. Na verdade, este regime trabalhista não foi criado pelos espanhóis, mas sim legado a eles pela própria cultura inca – império nativo que se estendia do extremo norte, o Equador e o sul da Colômbia, abrangendo o Peru, a Bolívia, chegando ao noroeste da Argentina e ao norte do Chile; sua capital era a atual cidade de Cuzco. A mita foi largamente aplicada nas minas e nas propriedades mais importantes, especialmente no Peru e na região conhecida como Alto Peru.
Os nativos trabalhavam sob terríveis condições, expostos a enfermidades do pulmão, em conseqüência da atmosfera poluída e úmida. Enquanto estavam submetidos a este trabalho, não saíam de lá, dormiam no mesmo local onde exerciam suas tarefas, dentro da mina. Este martírio durava pelo menos quatro meses, porque o corpo dos trabalhadores não suportava um tempo mais longo. Expirado este prazo, eles voltavam para seus lares.
Os salários eram quase insignificantes e os nativos eram sorteados para trabalhar nas minas de prata. Como as gratificações eram muito inferiores, eles só tinham condições de adquirir o alimento no próprio local de trabalho, com um vendedor instalado na mina. Geralmente eles tornavam-se devedores deste comerciante, pois seu dinheiro não era suficiente para pagar o total da mercadoria obtida.
Ironicamente, a escravidão não era permitida pela metrópole, mas com certeza qualquer forma de trabalho compulsória equivale a um regime escravocrata. Esta iniciativa espanhola contribuiu, ao lado de outras ações, para a extinção e a desorganização dos povos indígenas da América de língua espanhola. A mita foi só um outro tipo de arma usada pelos hispânicos para eliminar os nativos das terras americanas, ao lado da prática dos jesuítas, do uso dos armamentos convencionais e da destruição da cultura local.