Geografia, perguntado por ZxB1L0NTR4xZ, 1 ano atrás

qual a diferença entre cultura no conceito antigo e atual

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Respondido por suzanaarruda07
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la vem reposta grande  Algumas noções do senso comum sobre características culturais marcantes de determinados povos, como a alegria e a festividade do brasileiro, a dedicação ao trabalho do japonês, a frieza e a racionalidade do alemão ou a musicalidade do africano, têm sua origem em seculares e acalorados debates filosóficos e científicos sobre o que determinaria o comportamento humano: a herança biológica, a racial ou a cultural? Numa época em que ganha grande repercussão o trabalho de geneticistas que buscam provar a inexistência de raça como conceito científico e, ao mesmo tempo, recrudescem comportamentos discriminatórios que tornam cada vez mais forte a noção política de racismo, a discussão sobre o que determina o comportamento do indivíduo ainda é atual, e a história das idéias sobre a noção de cultura pode ajudar a entendê-la. 

Cultura é uma palavra que vem do latim e significa, em sua origem, o cuidado dispensado ao campo ou ao gado. Esse sentido se mantém até o início da Idade Média nas línguas derivadas do latim, como o francês, nas quais, no século XIII, cultura é usada para designar a terra cultivada. No século XVI, começa a se formar um sentido figurado de cultura que acabou sendo fundamental para os filósofos iluministas franceses do século XVIII e tem repercussões até os dias de hoje: a cultura como formação e educação do espírito. Consagrada pela edição de 1798 do Dicionário da Academia Francesa, essa noção de cultura a colocava em oposição à noção de natureza e estigmatizava o espírito natural, sem instrução e sem cultura. Para os iluministas, a cultura era a soma dos saberes acumulados e transmitidos pela humanidade como um todo ao longo de sua história, nas artes, nas letras e nas ciências. 

Por empréstimo do francês, naquele mesmo século XVIII aparece o termo Kultur em alemão com o mesmo sentido figurado, mas que evolui rapidamente de uma noção ligada aos saberes universais da humanidade para uma noção mais particular. Alguns intelectuais alemães passaram a chamar de Kultur a sua própria contribuição para a humanidade, em termos de maneira de estar no mundo, de produzir e apreciar obras de arte e literatura, de pensar e organizar sistemas religiosos e filosóficos, explica Alfredo Veiga-Neto, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O emprego com inicial maiúscula, segundo ele, era para designar seu status elevado, que deveria ser tomado como modelo a ser atingido por outras sociedades. Naquele período, filósofos como Kant, atribuíam um papel central à educação para o aperfeiçoamento da humanidade e para a felicidade futura da espécie humana. O que estava em jogo era a imposição, pela via educacional, de um padrão cultural único, que era ao mesmo tempo branco, machista, de forte conotação judaico-cristã, eurocêntrico e, é claro, de preferência germânico, aponta Veiga-Neto. 

Tanto a idéia francesa de universalidade quanto o status elevado que a intelectualidade alemã então atribuía à sua própria cultura permaneceram, com novas roupagens, no debate aquecido pelas descobertas científicas do século XIX. O método comparativo empregado em diversas áreas do conhecimento, como o estudo das línguas, levou à hipótese do hindo-europeu como origem comum de idiomas europeus e asiáticos; e, na biologia, culminou na teoria evolucionista contida em A origem das espécies, de Charles Darwin. Essas descobertas buscavam contrapor à explicação bíblica do surgimento da vida e do homem a idéia de que, embora falássemos línguas diversas e tivéssemos características e comportamentos diferentes, tínhamos provavelmente uma origem comum. Mas a idéia de evolução também foi associada às teorias de raça que estudavam as diferenças entre os grupos raciais – hoje chamados grupos étnicos. Um ramo conhecido como antropologia física ou antropometria comparava o tamanho de crânios e estruturas ósseas de povos contemporâneos e de ossos pré-históricos de descobertas arqueológicas para tentar aproximar os índios americanos e os negros africanos dos homens primitivos e atestar a evolução e superioridade de raças brancas como a ariana. 

Antes mesmo de saber o impacto que a apropriação dessa idéia da superioridade ariana teria com a ascensão do partido nazista ao poder na Alemanha, o antropólogo judeu Franz Boas já havia deixado seu país natal, e após realizar trabalhos de campo junto a povos indígenas americanos, lançaria críticas à antropologia física e às teorias de raça. Em 1894, Boas proferiu um discurso na Seção de Antropologia da Associação Americana para o Progresso da Ciência em que aparecem as bases do que ficou posteriormente conhecido como determinismo cultural. Para ele, as realizações das raças brancas européias não indicavam que elas eram mais capazes que as outras raças, e acontecimentos históricos é que as teriam levado à civilização. 


ZxB1L0NTR4xZ: ta loko acho q essa resposta veio copiada de outro site
suzanaarruda07: nao
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