Filosofia, perguntado por maycon200628, 11 meses atrás

Qual a diferença entre coisa-em-sé e fenómeno ​

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Respondido por anaraquelbarcellos
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Kant faz a distinção entre noúmeno (coisa em si) e fenômeno (aparição). Esta distinção evidencia que ao homem só é possível conhecer as coisas como aparecem à mente, jamais em si mesmas (seja pelas ideias inatas cartesianas, seja pela ideia como cópia exata da sensação). O fenômeno é uma representação que o sujeito sofre quando algo o modifica. Não conheço o que me afeta, apenas sei que sou afetado por algo do qual posso criar uma imagem. Esta implica vários desdobramentos.

Em primeiro lugar, o ânimo percebe algo das sensações porque temos formas próprias para isso. A nossa intuição (como Kant chama a sensação) é determinada a priori pelas formas da sensibilidade que são o espaço e o tempo. A mente não é uma cera passiva, como queria Locke, ela organiza o material que recebe da sensação segundo as formas do espaço e do tempo. Mediante a intuição, os objetos nos são dados e a doutrina que estuda os dados da sensibilidade é a Estética Transcendental.

Em segundo lugar, o ânimo ordena e classifica coisas segundo uma série de categorias que não são intuídas, mas deduzidas do intelecto. A ciência do intelecto em geral é a lógica. A Lógica Transcendental é a doutrina que estuda a origem dos conceitos e se ocupa especificamente dos conceitos a priori que se referem aos objetos que, nesse caso, não são mais meramente dados e sim pensados.

Respondido por UrsinhoPooh2
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Kant distingue o mundo dos fenômenos (realidade de nossa experiência) do mundo do númeno,(realidade em si), que podemos pensar, mas não conhecer. Em sua Analítica transcendental, Kant afirma que “ não podemos pensar nenhum objeto senão mediante categorias e não podemos conhecer nenhum objeto pensado senão mediante intuições que correspondam àqueles conceitos”.Com efeito,“a intuição sem conceitos é cega, os conceitos sem intuição são vazios”.

Em seus estudos sobre as possibilidades e limites da razão humana, Kant concluiu que é impossível conhecer as coisas tais como elas são em si mesmas (noumenon), mas apenas podemos conhecer a forma como a nós aparecem isto é, o fenômeno, a aparência. E mais. Ao referirmo-nos a realidades metafísicas, tais como existência de Deus e imortalidade da alma, nada podemos afirmar. É o limite da razão.

Contudo, a originalidade de Kant está em afirmar que o conhecimento não é reflexo do objeto exterior, mas é construção do espírito humano. Assim, conhecer não é adequar-se a algo que exista fora, no exterior; ao contrário, conhecer é construir significado.

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