qual a diferença de estados unidos e brasil em relaçao industria
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Explicação:
Há 110 anos, os Estados Unidos eram de longe o nosso principal parceiro comercial. Com o tempo, o Brasil foi crescendo, vendendo para outros países e o peso das compras americanas foi caindo. Mas nada que abalasse a liderança dos Estados Unidos por décadas.
Em 1990, a participação dos chineses ainda era pequenininha. Mas, em 2009, a China virou o jogo e passou a ser nosso principal parceiro comercial. Hoje, os americanos compram menos de 10% do que vendemos para fora. E a China, 15%.
O principal motor dessa virada foi o apetite por commodities dos chineses. Nos últimos dez anos, enquanto trocava os Estados Unidos pela China como maior mercado, o Brasil também trocava a pauta de exportação de produtos industrializados para matérias-primas.
“Os Estados Unidos - nessa área de produtos primários - ou competem com o Brasil ou protegem o seu mercado, por isso que para nós a China foi uma revelação, na hora que a China apareceu, ela mudou o mercado mundial de commodities”, explica o diretor da faculdade de economia da FAAP, Rubens Ricupero.
Mas a indústria brasileira também pode ser capaz de vender para China. O repórter Dirceu Martins visitou uma fábrica de sapatos, no interior de São Paulo, que conseguiu.
No mercado dos calçados, os Estados Unidos sempre foram o grande comprador dos sapatos brasileiros. Mas isso está mudando. O Brasil perdeu espaço para a China, que oferece um produto mais barato.
A saída para os brasileiros foi investir na qualidade e essa receita começa a dar resultados. Parte do que antes era comprado pelos americanos, agora está sendo vendida para os chineses.
"Nós acabamos perdendo um pouco da fatia do mercado americano para o mercado chinês, o que nos deu, em contrapartida, a oportunidade de enxergar um novo mercado", fala o gerente de negócios internacionais, Rony Moreira.
A solução americana para conviver com a China é diferente. Eles separaram criação de fabricação.
Os telefones com acesso a internet, os chamados Tablets, que impulsionaram os mercado consumidores no Brasil e no mundo, são produzidos na China. Mas nas letras miúdas está escrito: produzido na China, mas desenvolvido na Califórnia. A tecnologia, a marca é americana e os Estados Unidos continuam faturando, mesmo quando o produto é fabricado a milhares de quilômetros.
“Nós temos muito a absorver da expertise, do know-how, da tecnologia americana”, fala o presidente da Sobeet, Luis Afonso Lima.
A balança comercial entre Brasil e Estados Unidos, que há muitos anos era positiva a nosso favor, inverteu. Em 2010, ficou negativo.
“Eles estão vendo no Brasil o que eles não estão vendo na economia americana, um mercado consumidor pujante, uma demanda crescente por parte das famílias. Estados Unidos tem uma relação muito importante que não é concorrente com a relação nossa com a China, pelo contrário, ela é complementar, na medida que de um lado nós temos um demandante de matérias-primas, insumos e componentes nacionais e por outro temos um demandante de produtos industrializados e manufaturados”, explica Lima.