qual a contribuição de freud para a educação?
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Da antropologia à teoria literária, da filosofia à ciência política, poucas áreas do pensamento humano escaparam à influência do médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939). A Educação não é exceção. Como o próprio Freud observou, suas pesquisas começaram pela observação da histeria em mulheres, mas aos poucos foram se deslocando para a psicologia infantil.
Um dos motivos da ampla influência da psicanálise é que seu autor a desenvolveu em duas vertentes: no estudo do psiquismo (o conjunto de processos mentais conscientes e inconscientes) e no do método terapêutico. Portanto, ao mesmo tempo que abre caminho para um profundo conhecimento do ser humano, essa ciência tem noção dos limites e das dificuldades de sua aplicação como cura ou solução. Por isso, tentar fazer uso prático da psicanálise na escola é perda de tempo. "Muita gente utiliza diversas teorias na Educação como quem se vale de uma caixa de ferramentas", diz Leandro de Lajonquière, psicanalista e professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. As maiores contribuições de Freud nessa área estão no conhecimento do desenvolvimento sexual da criança (leia a reportagem sobre educação sexual) e no papel da linguagem.
Pelo menos em duas ocasiões, Freud escreveu que Educação, política e psicanálise são atividades "impossíveis", pois as três lidam com a palavra. "Mas isso não quer dizer que não há como exercê-las. Temos de ter em mente que, quando a linguagem é o instrumento, o resultado profissional nunca é exatamente o pretendido", explica De Lajonquière.