Geografia, perguntado por Abner03042005, 9 meses atrás

Qual a conclusão que temos da tecnologia da China?

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Respondido por helpmeingles
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Resposta:

Já é sabido que o grande dragão asiático não para de crescer em todos os sentidos, não é mesmo? Pois então os avanços tecnológicos chineses, nesse contexto, têm um grande lugar reservado que é bastante relevante, para não dizer determinante. Confira o texto e entenda melhor a questão.

 

 

Avanços tecnológicos chineses: fruto de uma cultura

Os chineses têm, enraizadas na cultura popular, a tradição milenar do budismo e a do confucionismo, somadas ao caráter da ideologia comunista que guia os princípios de governança do Estado, os quais caracterizam a mentalidade política e social da população em geral.

Esses três itens inerentes à cultura chinesa resultam na adoção de ideais moralistas e coletivistas, e, por isso, os chineses realizam, na área científica, seus experimentos com uma visão de futuro, não individual, mas em prol do bem público, do “bem-estar do próximo”, e mantêm uma expansão calma, em pequenos passos, graduais, e com uma diretriz segura.

Ao mesmo tempo que a religião budista e o sistema filosófico de Confúcio estimulam a ética, a harmonia e a moral nos chineses, a direção marxista do governo busca um crescimento dos meios de produção para depois consolidar a revolução proposta a princípio pelo socialismo de mercado, embora haja contestações dessa expectativa que, de fato, constitui os fundamentos teóricos do governo conduzido pelo Partido Comunista Chinês.

Todavia, a ciência na China é provida de uma filosofia própria, os frutos dos valores dela correspondem a posturas moralistas e comunitárias que buscam sempre considerar o bem-estar do próximo, atender os interesses da maioria das pessoas e superar o individualismo, constituindo um significado para cada ação enquadrada nos avanços tecnológicos chineses e dando razões para que eles ocorram de formas predeterminadas e correspondentes à ideologia nacional.

 

Um método peculiar de início de industrialização: estudar para depois inovar

 

A engenharia reversa possibilitou os primeiros avanços tecnológicos chineses

 

Analisando o cenário tecnológico da segunda maior economia do mundo, pode-se considerar, para explicar a trajetória dos avanços tecnológicos chineses, que, inicialmente, os cientistas de lá não buscavam inovar, mas, sim, apropriar-se do conhecimento de diversas origens através de contratos, acordos e engenharia reversa (processo de análise de estruturas de hardwares e softwares por “desmontagem” e destrinchamento), para depois desenvolver seus produtos.

Baseados nesse hábito estratégico, os diversos pesquisadores do país, que majoritariamente possuem pós-graduações e doutorados em países estrangeiros, desenvolviam os equipamentos que exploravam, elevando-os a níveis superiores e maximizando seus desempenhos para, assim, possibilitar a reprodução de versões melhoradas desses produtos nas indústrias nacionais. Essa abordagem de transformação e de aprimoramento é o que caracteriza crucialmente os primeiros métodos de avanços tecnológicos chineses e a nacionalização de seus acessórios, recursos, máquinas etc., inerentes ao setor secundário da economia.

No entanto, essa industrialização, através da engenharia reversa, marca apenas uma fase dos avanços tecnológicos chineses. A efemeridade dessa fase é confirmada pelos fundamentos éticos e comunitários das áreas de ciência e tecnologia. Um resultado destes é a proposição de políticas públicas que têm atributos orientados pelo enfrentamento dos maiores desafios sociais da nação por meio de inovações (exemplos: segurança alimentar, saúde pública, envelhecimento e prevenção de desastres).

Com a consolidação estatal da exigência de adaptação científica à realidade cultural e territorial da nação para atender às necessidades humanas, os pesquisadores são, inevitavelmente, levados à busca pela inovação e pela originalidade. A China, devido ao seu caráter que prioriza o desenvolvimento social, vem impulsionando processos de inovação inclusiva no seu território, que são produzidas por camadas da população de baixa renda.

Pode-se ressaltar, nesse sentido, o Programa Spark, que promove o desenvolvimento agropecuário e rural através do acesso a novas tecnologias e do fornecimento de treinamentos para utilizá-las de forma adequada, bem como o Programa de Ciência e Tecnologia para o Bem-estar Público, que fomenta a comercialização de tecnologias que possam beneficiar o desenvolvimento social, ambos dirigidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia da China.

Tais políticas de inclusão podem trazer um impacto positivo na economia e na sociedade chinesas, no sentido do surgimento de uma grande quantidade de consumidores e de profissionais cada vez mais qualificados e interessados em inovar. A iniciativa, marcada pela calma e pela perspectiva a longo prazo dos chineses, confirma que, de fato, os métodos de engenharia reversa já têm um final previsto e que abrem portas para uma nova era de originalidade e criatividade.

 

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