qual a causa do fascismo em Portugal?
Soluções para a tarefa
Havia, é certo, os ventos da História: na Itália, um condottieri revolucionário, lido em Sorel e nos sindicalistas heterodoxos, com uma costela em Nietzsche outra em Maquiavel, aliados a um background socialista e um sentido excepcional da agitprop, bate-se nas trincheiras e nas ruas, conquista o Poder num golpe de audácia, reconcilia a Nação e os Trabalhadores, reinventa Roma, trata de grandeza e de Obras Públicas, põe um País a cantar e a secar pântanos, ensina que as classes se devem fundir em milícias negras, tendo por insígnia o feixe de varas, que acompanhava os Antigos, a Autoridade e a Justiça. Na Alemanha – leia-se, numa sociedade tecnologicamente avançada, industrial – um ex-comandante duma guerra perdida, rodeado por intelectuais, por barões do Ostland e proletários de verdade – os tais "castanhos" por fora e "vermelhos" por dentro – ressuscita as insígnias dos Árias, vence uma longa batalha nas ruas e nas urnas, e recebe a investidura na cadeira de Bismark, das mãos de um velho marechal prussiano, contemporâneo de Sédan e das glórias do II Reich, último presidente do primeiro modelo social-democrata europeu, que não deixava saudades.