Quais são os sintomas mais comuns da infecção por vírus nas plantas?
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Resposta: A virose do enrolamento da folha ocorre de forma generalizada em todos os países vitícolas do mundo, provavelmente por não ser uma doença letal e por ocorrer de forma latente nos porta-enxertos. É causada por um complexo de nove vírus (Grapevine leafroll-associated virus, GLRaV), embora cada um dos vírus do complexo possa ocorrer de forma isolada. No Brasil, a virose ocorre em todas as regiões vitícolas tanto de clima temperado como tropical, onde já foram identificados os vírus GLRaV-1, 2, 3 e 6, sendo o GLRaV-3 o mais comum. A doença causa sérios prejuízos podendo afetar o número , peso e tamanho dos cachos, além de diminuir o teor de açúcar da uva e a longevidade da planta.
Sintomatologia: As plantas afetadas pela doença apresentam sintomas que variam com as condições climáticas, época do ano, fertilidade do solo, estirpe do vírus e com a cultivar. São facilmente reconhecíveis em cultivares sensíveis, em especial no fim do ciclo vegetativo, antes da queda das folhas. Em plantas muito afetadas, os sintomas podem começar a partir da floração, porém o mais comum é próximo à maturação da uva.
O sintoma mais característico da doença é o enrolamento dos bordos da folha para baixo, observado com relativa facilidade nas cultivares viníferas tintas e brancas, embora possa ocorrer infecção sem ocorrer enrolamento dos bordos. Nas viníferas tintas, o limbo adquire uma coloração vermelha-violácea, permanecendo o tecido, ao longo das nervuras principais, com a cor verde normal. Nas viníferas brancas infectadas, o limbo adquire uma leve coloração amarelo-pálida, às vezes mais pronunciada no tecido ao longo das nervuras principais . Se a infecção é severa, os sintomas são facilmente observados em mudas com um ou dois anos de idade.
Explicação:
A videira pode ser afetada por inúmeros vírus, alguns de forma latente, ou seja, a planta afetada não mostra os sintomas da doença, ou semi-latente quando os sintomas aparecem somente em determinadas fases do ciclo da planta, o que dificulta bastante as atividades de seleção de plantas sadias no campo. Entretanto, de um modo geral, as viroses consideradas economicamente importantes mostram os sintomas característicos, embora possam variar em intensidade e, até mesmo, se tornarem latentes, dependendo da espécie, da cultivar, do clima, etc.
Essas doenças nem sempre despertam a preocupação dos viticultores, talvez por desconhecimento da sintomatologia, ou devido aos seus efeitos mais graves, geralmente, aparecerem a médio prazo. Porém é bom lembrar que algumas viroses podem causar a morte de mudas com idade entre um e três anos. Outro aspecto importante a considerar é que a videira, por ser propagada vegetativamente (gema, estaca, enxertia), facilita a disseminação das viroses, pois os vírus são levados em qualquer material de propagação originado de planta doente, mesmo que seja uma pequena gema.
A produção da muda pelo viticultor, utilizando material vegetativo do seu próprio vinhedo ou de vizinhos, sem o conhecimento do estado sanitário (presença ou não de vírus), tem favorecido a disseminação dessas doenças e, com muita freqüência, o acúmulo de mais de um tipo de virose na mesma planta.
A seguir, são descritas as principais viroses de relevância econômica nos países vitícolas do mundo e que ocorrem de forma intensa nos vinhedos brasileiros e que podem afetar as cultivares sem sementes, embora ainda não se tenha nenhuma informação sobre a presença ou sobre o comportamento dessas cultivares em relação às doenças causadas por vírus.