História, perguntado por sofialpalhano, 10 meses atrás

quais são os motivos que levam aos movimentos sociais ocorridos no meio rural durante o período da primeira república

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Respondido por caiolcds54
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Resposta:

As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc. As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são: Canudos, Contestado, Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

Explicação:

Respondido por danielaakemitakei
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A maioria da população brasileira vivia no meio rural, a proclamação da República não havia alterado a precária estrutura socioeconômica do país, e para a maioria dessas pessoas, não trouxe nenhum benefício. Destituídos de bens, continuavam na miséria, explorados pelos grandes proprietários e sem assistência do governo.

Essa população vagava pelos sertões, estabelecendo-se por curto período de tempo em fazendas para cultivar uma pequena roça de subsistência. Depois, voltava a perambular. Uma parte significativa dessas populações acabou ingressando no cangaço ou nos movimentos messiânicos - como Canudos e Contestado.

O CANGAÇO- O cangaceiro era o homem do povo que se tornou bandido como forma de vingança por ofensa, desonra ou injustiça cometida por fazendeiros ou policiais contra ele ou sua família. Ao contrário do que se costuma propagar, eles atuavam em nome de motivações e interesses próprios. Alguns cangaceiros mantinham relações estreitas com coronéis, de quem recebiam dinheiro, em troca de proteção. Em troca, os cangaceiros intimidavam ou eliminavam os possíveis opositores dessas elites.

O MESSIANISMO- No final do século XIX, pregadores conhecidos como "monges", "beatos" ou "profetas" percorriam diversas regiões do Brasil anunciando a vinda de um messias que combateria a fome e a opressão. Existiram diversos movimentos com essas características no Brasil, chamados movimentos messiânicos ou messianismo. Os de maior repercussão foram Canudos, ocorrido na Bahia, e Contestado, em Santa Catarina.

A REVOLTA DA VACINA- No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro era a capital da República. Apesar de possuir belas construções, tinha graves problemas urbanos: rede de saneamento insuficiente, coleta de lixo precária e cortiços superpovoados. Nesse ambiente, proliferavam-se muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Alastravam-se grandes epidemias, sobre tudo febre amarela, varíola e peste bubônica.

O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como "bota abaixo", em razão das demolições de velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e novos jardins. Nesse processo, milhares de pessoas pobres foram desalojadas e viram-se obrigadas a morar nos morros e na periferia, dando origem às primeiras favelas nos morros da cidade.

Para erradicar a varíola, o Congresso aprovou a Lei da Vacina Obrigatória, dia 31 de outubro de 1904. A lei previa multas e demissões aos que recusassem a receber vacina e dava poder aos funcionários do Serviço de Saúde para entrar nas casas e vacinar os moradores, mesmo á força.

Os jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam sobre os supostos perigos causados pela vacina. A aprovação da lei acabou sendo o estopim da revolta. Entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904, a população depredou lojas, virou e incendiou bondes, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as tropas da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro.

A reação popular levou o governo a suspender obrigatoriamente da vacina e a declarar estado de sítio em 16 de novembro de 1904. A rebelião foi sufocada, deixando 30 mortos e 110 feridos. Apesar do tumulto provocado, a febre amarela, a varíola e a peste bubônica foram contidas. O governo passou a exigir atestado de vacinação para viagem, casamento, alistamento militar, matrícula em escolas públicas, hospedagem em hotéis, admissão em emprego público, entre outras situações.

A REVOLTA DA CHIBATA- Durante o treinamento na Grã-Bretanha para o manejo de navios, os marujos brasileiros entraram em contato com marinheiros de outros países. Puderam, então, comparar as condições de trabalho e decidiram revindicar um tratamento digno e humano em suas atividades.

Em 22 de novembro de 1910, diante de um castigo posto a um colega (condenado a 250 chibatadas), os marinheiros do encouraçado de Minas Gerais se rebelaram. Seu líder, João Cândido, ficou conhecido como Almirante Negro.  Os revoltosos enviaram uma mensagem ao presidente da República Hermes da Fonseca exigindo o fim dos castigos físicos, aumento do soldo, melhores condições de trabalho e perdão geral da rebelião. Ameaçavam bombear a cidade da baía de Guanabara se não fossem atendidos.

O presidente aceitou a revindicação dos rebeldes, desde que eles depusessem as armas. Os marinheiros cumpriram a palavra e entregaram os navios.  No entanto, o governo federal, poucos dias depois, puniu os marinheiros rebeldes com a expulsão, prisão e deportações para a Amazônia. João Cândido e outros marinheiros foram presos. Apesar do desfecho trágico, a revolta acabou vitoriosa, pois os castigos físicos foram suprimidos e as condições de trabalho dos marinheiros melhoraram.

Ufa... acho que falei quase tudo, ainda ficou faltando o "Padim" Ciço, mas acho que esse resumão ficou de bom tamanho. Espero que eu tenha ajudado!


danielaakemitakei: Me desculpe, coloquei a Revolta da Vacina e a da Chibata para complementar, mas os rurais são os dois primeiros.
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