quais são os fatos da farroupilha pfv resumo
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O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.
A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc.
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata.
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.
A revolta
Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu Júlio de Castilhos.
Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.
Os imperiais passaram a planejar a retomada
de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique
Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30
soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou
Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano
Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna
Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas
depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283
dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.
Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados
pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da
Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande
vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse
político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República
Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e
passava ao nível separatista.