Quais são os fatores que influenciam o uso da ciência em harmonia com a natureza?
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Resposta:
O progresso da ciência e da tecnologia propiciou o surgimento das sociedades industriais modernas caracterizadas pela riqueza, e a expectativa crescente de que esta estará disponível a todos. Além disso, possibilitou o aumento da produção de alimentos e a melhora dos sistemas preventivos de saúde, o que levou a altas taxas de crescimento populacional, principalmente nos países em desenvolvimento. Estes dois aspectos, a saber, os altos padrões de consumo junto com as aspirações da humanidade em continuar neste modelo de desenvolvimento, e as altas taxas de crescimento populacional constituem as duas matrizes da pressão sobre o ambiente.
Alguns diriam que é o avanço da ciência e da tecnologia que provocou estes problemas, com que o mundo ora se depara. Ao contrário, nossos problemas atuais advêm do modo pelo qual estes avanços foram utilizados. E não há retorno. Nossa esperança por um futuro melhor reside em desenvolvimento adicional da ciência e da tecnologia, que possa concentrar os grandes poderes que elas conferem à humanidade para delinear novos caminhos de desenvolvimento, os quais podem, e devem, ser seguros e sustentáveis do ponto de vista ambiental. Tais caminhos clamariam pela redução do uso de recursos, particularmente de energia, para produzir os mesmos resultados. Eles ainda deveriam conduzir à eliminação da pobreza, e isto, junto com a educação e outros aspectos do desenvolvimento de recursos humanos, resultariam na redução da taxa de crescimento populacional. E somente então que poderemos manter sob controle as duas forças matrizes que levam ao desequilíbrio ambiental. A melhoria do meio ambiente, a atenuação da pobreza, a redução do crescimento populacional, e as novas abordagens que proporcionem os bens e serviços que a sociedade necessita e aspira estão todos inextrincavelmente ligados.
Temos tido consciência, durante as últimas décadas, da constante deteriorização que vem ocorrendo no meio ambiente. Inicialmente, esta consciência estava relacionada a uma deteriorização a nível local, e até certo ponto regional — uma deteriorização que era mais evidente na forma da poluição do ar, da água e do solo assim como no desflorestamento.
Nos últimos tempos, tem havido uma maior conscientização de atividades humanas que produzem mudanças mais insidiosas, mais globais e permanentes, e que teriam conseqüências extremamente sérias para a existência humana na terra. Esta deteriorização é em grande parte intangível, manifestando-se apenas por meio de cuidadosos trabalhos científicos. Isto inclui: a perda irreversível da biodiversidade, redução do ozônio, aumento das concentrações gasosas relativas ao efeito estufa, levando a possíveis mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar, perda da parte superior do solo e desertificação, poluição das zonas litorâneas e marítimas e etc.
É importante ressaltar que é o trabalho da comunidade científica desenvolvido durante várias décadas sobre estas questões, que trouxe estes aspectos ao conhecimento da sociedade. E isto que levou a uma maior conscientização geral para que povos e governos, pela primeira vez na história, devotassem uma grande parte do seu tempo ao meio ambiente global e ao impacto das atividades humanas sobre este. É isto que foi a base para as Convenções sobre Clima e Biodiversidade que foram elaboradas para que as nações de todo o mundo a elas aderissem; o mesmo ocorre também para o Protocolo de Montreal sobre o Ozônio.
Assim sendo, a comunidade científica tem uma responsabilidade, que esta cumprindo, de fornecer informações mais precisas acerca da presente situação do planeta Terra, particularmente no que diz respeito aos aspectos essenciais que definem o seu bem estar, e para monitorar as mudanças que vêm ocorrendo devido ao aumento crescente das atividades humanas. Para tudo isto temos agora disponíveis instrumentos poderosos tais como satélites de observação terrestre, grandes navios oceanógráficos, computadores para armazenamento, acesso e manipulação de enorme quantidade de dados, instrumentação sofisticada e etc.. Não é suficiente apenas monitorar mudanças. É ainda necessário modelar a natureza da mudança, reduzir incertezas e fornecer uma análise que dirá à humanidade para onde ela caminha. Todo este trabalho científico necessitará ser apoiado — pois somente ele pode fornecer o conhecimento de onde estamos, em qual direção estamos indo, quais são as prováveis conseqüências e como podemos evitar caminhos que podem ser perigosos.
Os problemas são de natureza global e trabalhar neles demanda, necessariamente, um esforço internacional. Três quintos da porção terrestre do planeta constituem-se de países em desenvolvimento, que devem, portanto, participar deste esforço.
Explicação: