Quais são esses exemplos de conotação? ME AJUDA PFVR
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
De acordo com as gramáticas descritivas, entende-se por conotação a propriedade de atribuir um novo sentido a um termo já conhecido; ou ainda diversos sentidos a um único termo, tornando implícito atributos diferentes. Trata-se do sentido figurado aplicado à linguagem. Os sentidos conotativos representados por uma palavra ou expressão vão além dos significados definidos pelo dicionário, podendo manter relação com o contexto em que o termo está inserido. Veja alguns exemplos do efeito de sentido conotativo em relação ao sentido denotativo:
A palavra “barato” pode assumir diferentes significados dentro de cada contexto:
Quando o preço de um produto não está elevado: O chocolate estava barato em relação aos outros mercados. (sentido denotativo)
Quando um acontecimento foi muito bom ou divertido: Todos se divertiram muito, a festa foi um barato. (sentido conotativo)
O substantivo “sol” pode assumir outros sentidos de acordo com aquilo que o falante quer expressar:
O signo ocorre diretamente ligado ao significante: A luz do sol iluminou toda a casa.
O signo pode ocorrer com sentido diverso de seu significante, fazendo uma referência a uma parte de seu significado: Ela traz um sol em seu peito.
O signo pode fazer uma referência ao que o significante representa: O meu filho é o sol dos meus dias.
A mesma situação ocorre com outros termos, tais como:
Ao acender as lâmpadas ambiente ficou mais claro. (sentido denotativo)
Tudo ficou mais claro com aquela explicação. (sentido conotativo)
É claro que Marisa irá ajudar Pedro.
A criança cortou a cara ao cair no chão.
“Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio”
Mais uma vez o povo quebrou a cara com o governo eleito.
A linguagem poética explora os efeitos conotativos da linguagem, reelaborando, enfatizando ou transformando significados, criando novas referências, como se verifica no poema de Hilda Hilst, do livro “Cantares”.
VII
Rios de rumor: meu peito te dizendo adeus.
Aldeia é o que eu sou. Aldeã de conceitos
Porque me fiz tantos de ressentimentos
Que o melhor é partir. E te mandar escritos.
Rios de rumor no peito: que te viram subir
A colina de alfafas, sem éguas e sem cabras
Mas com a mulher, aquela,
Que sempre diante dela me soube tão pequena.
Sabenças? Esqueci-as. Livros? Perdi-os.
Perdi-me tanto em ti
Que quando estou contigo não sou vista
E quando estás comigo vêem aquela.
(HILST, Hilda. Cantares. – São Paulo: Globo: 2004. – página 23)
A construção de toda a poesia é um admirável exemplo de como as palavras podem ter sentidos outros, diferentes dos usos cotidianos. A identidade desta mulher se funde à aldeia, seu peito ao rio, atribuindo características humanas a seres inanimados