Quais são as etapas do ciclo de vida do vírus? *
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Resposta:
Existem muitas controvÈrsias na comunidade cientÌfica a respeito do vÌrus
ser ou n„o um ser vivo. Muitos autores consideram que a vida se originou do
RNA, pois, a partir desta molÈcula s„o formadas novas quantidades dela
mesma. Em 1960, o fÌsico alem„o Manfred Eigen, ganhador de um prÍmio
Nobel, descobriu que era possÌvel a replicaÁ„o de RNA in vitro. O RNA,
portanto, tornou-se um grande candidato ‡ condiÁ„o de supermolÈcula da vida
primitiva, capaz de se replicar e sofrer mutaÁıes, albergando genes codificadores
de enzimas e outras proteÌnas.
Essa molÈcula, denominada ìRNA de Eigenî, È muito semelhante ao
vÌrus, pois se encontra na fronteira entre o quÌmico e o biolÛgico. Uma das
hipÛteses da origem do vÌrus, denominada ìTeoria dos Elementos Subcelularesî,
È de que o vÌrus seria proveniente de uma molÈcula de RNA. Uma outra
hipÛtese defende que o vÌrus teria se originado de seres unicelulares de vidalivre que, por uma perda progressiva de propriedades celulares, criou uma
dependÍncia, tornando-o um parasita intracelular obrigatÛrio.
Os que defendem que o vÌrus n„o È um ser vivo partem do princÌpio
de que ele n„o tem vida livre, pois sua replicaÁ„o sÛ È possÌvel dentro de
uma cÈlula viva. AlÈm disso, alguns desses agentes possuem a capacidade
de se cristalizar quando submetido a situaÁıes adversas. Entretanto, os que
o classificam como ser vivo se apoiam em duas caracterÌsticas. A primeira se
refere ‡ sua capacidade de replicaÁ„o que os diferem de outros agentes,
tais como as toxinas bacterianas; e a segunda, ‡ presenÁa de uma estrutura
protetora de seu material genÈtico, ausente nos plasmÌdeos (molÈcula de
DNA circular).
Apesar de terem a capacidade de se replicar, os vÌrus n„o possuem
um aparato enzim·tico suficiente para a replicaÁ„o, necessitando, assim, da
maquin·ria celular para completar o seu ciclo replicativo, o que o torna um
parasita intracelular obrigatÛrio.
Sua fragilidade ìaparenteî, por ser estritamente dependente da cÈlu-
la, È descartada pela capacidade de controle e redirecionamento do meta-
bolismo celular para o seu prÛprio benefÌcio. Apesar da baixa complexida-
de estrutural, pode causar grandes danos ‡ cÈlula hospedeira, mesmo apre-
sentando morfologicamente apenas o material genÈtico, um capsÌdeo e, em
alguns vÌrus, um envelope.
Algumas propriedades distinguem os vÌrus de outros microrganismos.
A primeira est· relacionada ao seu tamanho, o qual pode variar de 10 a
300 nm. Dessa forma, s„o considerados os menores microrganismos exis-
tentes, podendo ser visualizados apenas atravÈs da microscopia eletrÙnica.
Para fins de comparaÁ„o, lembramos que as bactÈrias e as hem·cias possu-
em, em mÈdia, 10 a 15 vezes o tamanho dos vÌrus, o que possibilita a
identificaÁ„o destes por meio da microscopia Ûtica.A segunda propriedade se refere ao genoma viral, que pode ser
DNA ou RNA, com exceÁ„o do MimivÌrus (famÌlia: Mimiviridae), o qual
apresenta em seu genoma os dois ·cidos nucleicos (DNA e RNA), des-
coberto em 2003, por pesquisadores da Universidade MÈditerranÈe, em
Marseille, FranÁa (LA SCOLA et al., 2003). O ·cido nucleico contÈm
os genes respons·veis pelas informaÁıes genÈticas para a codificaÁ„o de
proteÌnas com composiÁ„o quÌmica bem definida, capazes de induzir res-
postas imunolÛgicas especÌficas. Esta especificidade È uma das caracterÌsti-
cas virais, ou seja, quando somos acometidos por uma infecÁ„o viral, o
nosso sistema imune produz anticorpos especÌficos, que podem ser identi-
ficados atravÈs do diagnÛstico sorolÛgico. O mecanismo de replicaÁ„o viral
favorece as frequentes mutaÁıes, burlando, assim, o sistema imune.
Outra importante propriedade dos vÌrus È a sua natureza particulada,
j· que ele È capaz de se replicar, formando seus componentes separada-
mente, sendo o ·cido nucleico uma das primeiras molÈculas a ser formada.
Como mencionado anteriormente, o vÌrus precisa necessariamente de uma
cÈlula viva para realizar seu ciclo. Dessa forma, tratam-se de parasitas estri-
tos, n„o possuindo atividade metabÛlica fora das cÈlulas hospedeiras. Estas
cÈlulas podem ser de animais, vegetais ou microrganismos .
As propriedades fÌsico-quÌmicas dos vÌrus os tornam capazes de infectar
o organismo atravÈs de receptores de membrana especÌficos, presentes nas
cÈlulas hospedeiras. O fato de o vÌrus apresentar tropismo celular vai influen-
ciar no tipo de doenÁa causada. Por exemplo, um vÌrus que possui afinidade
por cÈlulas do sistema imune compromete a sua funÁ„o. Assim, a interaÁ„o
vÌrus-hospedeiro È a chave de muitos aspectos das doenÁas virais, tanto da
transmiss„o quanto da capacidade de o vÌrus de se sobrepor ‡s defesas do
hospedeiro. Uma resposta imune exacerbada do hospedeiro pode, tambÈm,
contribuir para causar maiores danos, agravando a enfermidade.