Para aferir sobre a demanda por prevenção
do câncer de mama das mulheres brasileiras, utilizou-se
como indicadores de prevenção a quantidade
de exames de toque nas mamas ou mamografias
realizadas ao longo do tempo, subdivididas,
entre as que realizaram os procedimentos há
pelo menos um ano e as que nunca o realizaram.
A base de dados utilizada no trabalho foi o suplemento
de saúde da (PNAD) 2008.
Como a PNAD é uma pesquisa que possui desenho
amostral complexo, ou seja, utiliza amostragem
estratificada e de conglomerados e ainda
com probabilidades de seleção desiguais, todas as
estatísticas e modelos econométricos utilizados
neste trabalho consideraram o efeito do desenho
do plano amostral em suas estimativas.
O conjunto de dados da PNAD, para o ano
de 2008, apresentava inicialmente 391.868 pessoas,
retirados os homens restaram 201.288 entrevistadas,
outro recorte fora feito, mantendo na
amostra apenas as mulheres com mais de 40 anos
de idade. Entre as razões para conservarmos na
amostra apenas mulheres com esta faixa etária,
destacam-se: i) relativa baixa incidência de câncer
de mama em mulheres com menos de 40 anos; ii)
a indicação da OMS de que as mulheres devem
realizar mamografia a partir dos 40 anos; iii) mulheres
com mais de 40 anos são mais propensas
a desenvolverem tumores mamários malignos e;
iv) indicação da revisão de literatura13,14. Sendo
assim, após o ajustamento nos dados, a amostra
contempla um total de 67.511 entrevistadas.
Com base nas informações anteriormente
apresentadas, que se pautou pela descrição das
variáveis, bem como sua fonte e tratamento, o
próximo passo da pesquisa consistiu em apresentar
algumas características descritivas da amostra,
reportadas nas Tabelas 1 e 2. A Tabela 1 mostra
a distribuição de frequência e o percentual
em relação às medidas preventivas da população
feminina entrevistada, tanto em relação a mamografia
quanto relacionadas ao exame das mamas.
Referente à mamografia foi indagado às entrevistadas:
“Quando foi a última vez que fez a
mamografia? ” Onde as respostas foram categorizadas
em: 1) se realizou o exame até um ano;
2) para mais de até dois anos; 3) se fazia mais de
dois anos e; 4) nunca fez o exame.
Por outro lado, ao serem perguntadas quando
foi a última vez que tinham feito exame clínico
das mamas, executado por médico ou enfermeiro,
os retornos foram: 1) se realizou o exame até
um ano; 2) se para mais de um até dois anos; 3)
acima de dois anos e; 4) nunca fez.
A partir da Tabela 1, é possível perceber que
a maioria das mulheres entrevistadas havia feito
a mamografia há pelo menos um ano ou então
nunca tinham feito o procedimento, representando
35,00% e 32,96%, respectivamente. Por
outro lado, referente ao exame das mamas, é possível
perceber que 39,66% o tinham realizado há
pelo menos um ano, e 25,25% nunca o fizeram.
Ou seja, independente de considerar-se o exame
de toque nas mamas, realizado por profissional
de saúde, ou o exame de mamografia computadorizado,
é possível perceber que grande parte
da amostra encontra-se nos extremos, indicando
que realizaram o exame a menos de um ano