Geografia, perguntado por NathiAlbuquerque, 6 meses atrás

Quais são as duas reinvidicações da Europa?​

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Respondido por locaporkpop
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Resposta:

A Europa é formada por estados nacionais, no entanto, inclui nações que não possuem o seu próprio estado e onde forças políticas tentam encontrar a independência. A Catalunha é neste momento o caso mais falado e noticiado em telejornais e jornais.

O desejo de alcançar a independência não é recente na região e há muito que os catalães pensam em separar-se de Espanha. Nos últimos anos, a Catalunha tem tido um bom crescimento e é neste momento a região mais rica do país, pelo que representa uma parte significativa do PIB espanhol.

Não creio que a Catalunha tenha muito a ganhar com a independência, apesar de ser uma nação e ter direito a lutar pelos seus interesses e do seu povo. Numa Europa cada vez mais frágil, também muito ameaçada pelo terrorismo e onde muitos problemas da Idade Média continuam ainda hoje por se resolver, encontramos uma Catalunha que também é alvo deste cenário.

Ainda em Espanha, o país basco, que tem o seu próprio idioma e cultura, também deseja a liberdade.  As duas regiões espanholas têm um estatuto económico bastante alargado e conseguem ser detentoras de uma grande parte da coleta fiscal realizada no país. Na Europa, também outros países reivindicam a sua independência em relação a governos nacionais.

Em Itália, a Liga-Norte foi fundada em 1991 e luta pela independência da Padânia que inclui as regiões prósperas e industriais de Lombardia e Vênutu.

Já na Córsega, em França, é o único estado do país que conta com um estatuto especial que lhe confere autonomia, que foi conseguida pelos nacionalistas que venceram as eleições regionais em Dezembro de 2015 e que querem agora independência total.

Por outro lado, as ilhas Faroé são uma região autónoma da Dinamarca e a descoberta de petróleo e gás natural suscitou o desejo de independência.

O Reino Unido talvez seja o caso mais grave e que mais problemas pode vir a trazer dentro da Europa. A capital, Londres, tem uma posição de liderança dentro do bloco, nem sempre muito bem vista e sendo este um dos motivos da origem dos movimentos separatistas nos demais países.

Também a Escócia luta pela independência desde 2014, bem como o País de Gales, que se tenta separar do Reino Unido, enquanto em simultâneo a Irlanda do Norte procura a transferência de soberania para a Irlanda. O caso deste país é diferente, pois  a reivindicação não é por soberania ou autonomia, mas sim pela transferência de soberania para outro estado (respetivamente, a República da Irlanda). O mesmo acontece com a região da Flandres e da Galiza. Na Bélgica, os flamengos reivindicam a soberania dos Países Baixos, enquanto que na Galiza se reivindica a soberania para Portugal.

Sou defensora de que os povos devem conquistar a sua independência se assim o desejarem. Uma nação é uma nação e deve ter liberdade para lutar pela sua soberania e ter leis próprias, desde que isso não prejudique ninguém. A independência deve ser uma decisão muito bem ponderada, mas sempre tendo em consideração o interesse coletivo de todos os cidadãos e aquilo em que estes acreditam, não podendo haver pessoas prejudicadas e em que todas devem ganhar com a independência. É uma situação que implica grandes sacrifícios económicos, sociais e políticos.

Não vejo interesse por parte de Bruxelas em passar de uma União Europeia de 28, para passar a aceitar como estados-membros os novos países que possam surgir no quadro político e geográfico.

É possível que no futuro novos países se venham a formar, mas até agora ainda nenhum país foi reconhecido como estado independente e o silêncio da União Europeia torna-se estranho. A verdade é que a União Europeia já conheceu dias melhores e tudo o que foi feito e conseguido até agora pode estar em causa, inclusive a união dos povos, que também se encontra ameaçada, ou simplesmente nunca existiu. Como apoiante política do  projeto europeu, não vejo um futuro risonho para a Europa se Bruxelas não souber agir imediatamente e tiver em atenção tudo o que possa ser uma potencial ameaça, 60 anos depois de muitas melhorias conseguidas na qualidade de vida dos europeus

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