quais são as diferenças e semelhanças entre o Nobert Elias e que o Pierre Bourdieu pensam sobre a relação entre indivíduo e sociedade?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Norbert Elias, em A Sociedade dos Indivíduos, realiza uma exaustiva análise da relação entre indivíduo e sociedade e busca apresentar, no interior desta análise, uma visão alternativa desta questão, superando tanto o “individualismo” quanto o “holismo”. Já Elias resume as concepções individualista e holista da seguinte forma: “Parte das pessoas aborda as formações sócio-históricas como se tivessem sido concebidas, planejadas e criadas, tal como agora se apresentam ao observador retrospectivo, por diversos indivíduos ou organismos. Alguns indivíduos, dentro desse campo geral, talvez tenham certo nível de consciência de que esse tipo de resposta realmente não é satisfatório. É que, por mais que distorçam suas idéias de modo a fazê-las corresponderem aos fatos, o modelo conceitual a que estão presos continua a ser o da criação racional e deliberada de uma obra - como um prédio ou uma máquina - por pessoas individuais. Quando têm à sua frente instituições sociais específicas, como os parlamentos, a polícia, os bancos, os impostos ou seja lá o que for, eles procuram, para explicá-las, as pessoas que originalmente criaram tais instituições. Ao lidarem com um gênero literário, buscam o escritor que constituiu o que os outros seguiram como modelo. Ao depararem com formações em que esse tipo de explicação é difícil - a linguagem ou o Estado, por exemplo -, ao menos procedem como se essas formações sociais pudessem ser deliberadamente produzidas por pessoas isoladas para fins específicos. Podem argumentar, por exemplo, que a finalidade da linguagem é a comunicação, ou que a finalidade do Estado é a manutenção da ordem - como se, no curso da história da humanidade, a linguagem ou a organização de associações específicas de pessoas sob forma de Estados tivesse sido deliberadamente criada para esse fim específico por indivíduos isolados, como resultado de um pensamento racional. E, com bastante freqüência, ao serem confrontados com fenômenos sociais que obviamente não podem ser explicados por esse modelo, como é o caso da evolução dos estilos artísticos ou do processo civilizador, seu pensamento estanca. Param de formular perguntas”.
Explicação:
Desta forma, uns privilegiam o indivíduo, enquanto que outros privilegiam a sociedade. mas, para Elias, o importante é superar esta antinomia entre indivíduo e sociedade. Na verdade, segundo ele, não há um abismo que os separa, pois, “ninguém duvida de que os indivíduos formam a sociedade ou de que toda sociedade é uma sociedade de indivíduos”.