Quais são as causas econômicas do grande fluxo de imigrantes na Europa?
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Resposta:
A Europa enfrenta sua maior crise migratória desde a Segunda Guerra. Muitos vêm da Síria e do Iraque, fugindo de conflitos e do radicalismo islâmico. Seis fatores explicam o aumento do fluxo de refugiados no continente.
A Europa enfrenta sua maior crise migratória desde a Segunda Guerra. Muitos vêm da Síria e do Iraque, fugindo de conflitos e do radicalismo islâmico. Seis fatores explicam o aumento do fluxo de refugiados no continente.
Falta de perspectivas:
Este é o principal motivo pelo êxodo no Oriente Médio. Durante anos, a violência perdura na Síria e no Iraque. As vidas de muitas pessoas estão paradas, em inércia. Temendo tiroteios, elas não saem de suas casas, não vão trabalhar e deixaram de ir à universidade ou escola. Nas comunidades tudo fica mais cada vez mais caro e suprime as poupanças das famílias. A guerra piorou o dia a dia de muitos sírios, e não há um fim à vista.
Serviço militar:
Muitos jovens da Síria e do Iraque estão em fuga, porque não querem servir como "bucha de canhão". Atualmente, o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, está recrutando desesperadamente jovens para o Exército para cobrir as perdas de soldados nas batalhas. Mas também as milícias aumentaram a pressão. Nas regiões curdas da Síria, as Unidades de Proteção Popular (YPG), conehcidas por serem fortemente ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), acabaram de lançar o serviço militar obrigatório para os homens.
Avanço jihadista:
Na Síria, o "Estado Islâmico" (EI) está avançando na província de Homs, onde vivem muitos sírios pertencentes a minorias religiosas. Muitos deles perderam as esperanças de um futuro na Síria e preferem buscar novas perspectivas na Europa.
Efeito em cadeia:
Na terra natal, o clima é de desesperança. Nas redes sociais, as pessoas veem imagens felizes e relatos de amigos e parentes que migraram e já chegaram à Europa. Aqueles que ficaram para trás agora também depositam suas esperanças num futuro lar distante.
O efeito em cadeia funciona inclusive de forma internacional: os iraquianos notam como os sírios descobriram uma maneira de chegar à Europa Ocidental e vão atrás. Outros também enxergam uma boa oportunidade: jovens iranianos, afegãos, paquistaneses viajam até a Turquia e se juntam a tantos outros na perigosa travessia do Mar Mediterrâneo.
Verão:
No verão, as águas do Mediterrâneo estão mais tranquilas e, consequentemente, mais propensas para a travessia. Além disso, o prosseguimento da viagem através dos Bálcãs, onde os migrantes muitas vezes têm de dormir ao relento, é mais fácil e menos arriscado do que nos meses de inverno.
Atravessadores:
Algumas das etapas do caminho até a Europa só podem ser superadas com o apoio de traficantes de pessoas. As guerras no Iraque e na Síria, países com uma grande classe média, criaram uma enorme demanda e geraram um negócio extremamente lucrativo. Grandes organizações criminosas entraram no mercado de contrabando de migrantes e estão tornando-o cada vez mais "profissional".
Nas redes sociais, os atravessadores oferecem uma grande gama de ofertas. E, de repente, todos podem ir à Europa, desde que tenham dinheiro suficiente. Além disso, os próprios traficantes impulsionam a demanda – com promoções, oferecendo uma viagem gratuita para quem recrutar outros quatro ou cinco passageiros, ou espalhando deliberadamente rumores para atrair mais pessoas.
Segundo o grupo investigativo "The Migrants' Files", composto por jornalistas e especialistas em estatísticas e informática, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas chegaram sem documentação à Europa nos últimos 15 anos. A soma paga à máfia de atravessadores ultrapassa os 16 bilhões de euros.
Um cartaz mostrado por refugiados revela o valor cobrado de Izmir, na Turquia, até a Alemanha: 2.400 dólares americanos.