Quais são as causas e as consequências de uma gravidez na adolescência?
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Gravidez na Adolescência
A puberdade marca o início da vida reprodutiva da mulher, sendo caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescente. Uma gravidez na adolescência provoca mudanças maiores ainda na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural.
A gravidez na adolescência é, portanto, um problema que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado. Segundo os dados do IBGE, desde 1980 o número de adolescentes entre 15 e 19 anos grávidas aumentou 15%. Só para ter idéia do que isso significa, são cerca de 700 mil meninas tornando-se mães a cada ano no Brasil. Desse total, 1,3% são partos realizados em garotas de 10 a 14 anos.
No Brasil, a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, encontramos nos dias de hoje três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70.
A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.
No Brasil, o parto é a primeira causa de internação de adolescentes no sistema público de saúde, já que o processo do parto pode ser dificultado por problemas anatômicos e comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve, a elasticidade dos músculos uterinos, os temores, desinformação e fantasias da mãe ex-criança, além dos importantíssimos elementos psicológicos e afetivos possivelmente presentes.
Em 1996, 14% das jovens com menos de 15 anos já tinham pelo menos um filho; e de cada 10 mulheres que hoje têm filhos, duas são adolescentes.
Em uma gestante adolescente podem ocorrer complicações tanto para ela como para o bebê, pois segundo Gama et al, 2001, a porcentagem de nascimentos de recém nascidos de baixo peso é muito maior quando a mãe é adolescente. A suplementação da dieta durante a gravidez pode tomar a forma adicional, proteína, vitaminas ou minerais que excedem sua ingestão diária.O ganho de peso recomendado durante a gravidez pode ser levemente maior para a adolescente do que para adulta, porque seu próprio corpo ainda está em processo de formação.
É recomendado que adolescentes, na média, ganhem de 10 a 15 kg durante a gravidez; o ganho de peso recomendado é individualizado dependendo do peso pré-gravidez e idade ginecológica, sendo que as adolescentes grávidas estão na idade ginecológica jovem (definida como: número de anos entre o início da menstruação e a data da concepção).
Um método clinicamente prático de garantir a adequação nutricional é encorajar a adolescente grávida a ganhar a quantidade recomendada de peso, consumindo alimentos ricos em nutrientes, Já que nesta fase conturbada, as adolescentes não estão apenas maturando fisicamente como também cognitiva e psicossocialmente, além disso, elas procuram sua identidade, lutam por independência e aceitação e estão preocupadas com a aparência.
Ao engravidar, a jovem tem de enfrentar, paralelamente, tanto os processos de transformação da adolescência como os da gestação, representando uma sobrecarga de esforços físicos e psicológicos muito grande.