Quais sao as causas da origem e crescimento da pobreza?
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pobreza é um estado de miséria que causa sofrimentos por insuficiência de alimentação, que por sua vez gera problemas de saúde e, esses dois fatores influem no aprendizado e conseqüentemente na profissionalização, que possa levar a pessoa a uma remuneração melhor e sair do estado de miséria. Há muitas décadas se discute o círculo vicioso da pobreza e as estratégias para romper esse círculo e partir para um desenvolvimento sustentado tem sido modestas. O círculo, para lembrar, consiste do seguinte: O país (ou região) é pobre porque falta capital; falta capital porque há baixa capacidade de poupança (de acumulação de riqueza); há baixa capacidade de poupança porque há baixa renda; há baixa renda porque há baixa produtividade e há baixa produtividade porque há falta de capital.
A primeira vista parece ser simples a solução: basta injetar capital. Mas não é tão simples assim, porque o capital precisa, em contrapartida, de recursos humanos, necessários para que possa produzir. De nada adianta um equipamento sem que se tenha alguém para operá-lo. Necessitamos, portanto, melhorar os recursos humanos, cujo processo não é fácil, dado ao estado de miséria em que se encontra essa massa de recurso potencial. Tem sido amplamente divulgado pela imprensa que no Brasil, temos 32 milhões de pessoas em estado de miséria.
Para ver a diferença de efeitos da injeção de recurso: é só ver o efeito do Plano Marshall na Europa e o Plano da Aliança para o Progresso na América Latina. Para a reconstrução da Europa, destruída pela guerra foi necessário apenas a injeção de capital, pois recursos humanos havia. Na América Latina, pela falta do mesmo nível de recursos humanos, não tivemos os mesmos resultados. Criou-se, logo após a Segunda Guerra Mundial o Banco Mundial, cujo nome é Banco Internacional de Reconstrução e Fomento (BIRF). Os poucos anos que injetou recursos na reconstrução da Europa deu um resultado fantástico; se comparado com os muitos anos que vem injetando recursos de fomento em todo o mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento, também chamado terceiro mundo.
A pobreza tem aumentado e continua aumentando, por duas razões: o crescimento demográfico, que tem sido bem maior nas camadas mais pobres que nas camadas mais ricas, e a falta de capacidade de nos ajustarmos as mudanças tecnológicas.
O crescimento demográfico, especialmente nas camadas de menor poder aquisitivo, gera um ônus que dificulta a capitalização para promover o progresso econômico e assim melhorar o bem estar das pessoas. Há vinte anos tínhamos uma população aproximadamente igual a do Japão. Hoje temos vinte milhões mais que o Japão. São milhões de pessoas que ainda não se incorporaram na forma ativa de trabalho, mas que representam custo para a sociedade: alimentação, vestuário, educação, saúde, etc.
Os recursos gastos na manutenção desse contingente são recursos a menos que temos para investir no progresso da sociedade. Esse contingente é apenas o adicional ao contingente a ser mantido de uma ou outra forma, sem que tenham condições de auto-sustentação e progresso com suas próprias forças.
E esse processo vem ocorrendo há muito tempo. Sempre somos o país do futuro. Muitos morrem de velho e não chegam a desfrutar dos benefícios com os quais sonharam, quando em sua juventude lhes era solicitado sacrifício. Sempre em nome do país do futuro, sua esperança terminou como sua própria sombra que não conseguiram alcançar na corrida da vida. Como a corda rebenta na parte mais fraca, boa parte do ônus para socorrer os mais necessitados recaiu sobre os ombros da classe média, fazendo com que muitos destes passassem para o grupo dos pobres, aumentando o contingente de necessitados.
O avanço tecnológico e a necessidade de adaptar-se as contingências do mundo atual requerem reajustes que implicam em sacrifícios. Só uma revolução industrial, com o surgimento das indústrias, deixou artesão e camponeses sem os meios mínimos de sobrevivência, a grande miséria reinante na Europa naquela época, fez com que grande massa humana buscasse novos horizontes migrando para as américas. Foi naquela reciclagem que vieram para o Brasil os imigrantes alemães e italianos.
Hoje, com a revolução tecnológica e a globalização da economia, tem-se gerado desemprego que requer uma reciclagem e geração de novas oportunidades de produção. A migração para novas fronteiras, na mesma profissão, não existe mais. O mundo vive um processo de globalização para capitais e bens materiais, mas não há a mesma mobilidade nos recursos humanos. Isso cria uma dificuldade especial, que é a necessidade de criar novos empregos nas próprias regiões geográficas do planeta. A falta de capacidade de produzir essa reciclagem faz com que a pobreza aumente. O desespero aumenta a insegurança, criando mais gastos para a sobrevivência do bem-estar ainda existente.
*João Fischer é deputado pelo PPB e presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento
A primeira vista parece ser simples a solução: basta injetar capital. Mas não é tão simples assim, porque o capital precisa, em contrapartida, de recursos humanos, necessários para que possa produzir. De nada adianta um equipamento sem que se tenha alguém para operá-lo. Necessitamos, portanto, melhorar os recursos humanos, cujo processo não é fácil, dado ao estado de miséria em que se encontra essa massa de recurso potencial. Tem sido amplamente divulgado pela imprensa que no Brasil, temos 32 milhões de pessoas em estado de miséria.
Para ver a diferença de efeitos da injeção de recurso: é só ver o efeito do Plano Marshall na Europa e o Plano da Aliança para o Progresso na América Latina. Para a reconstrução da Europa, destruída pela guerra foi necessário apenas a injeção de capital, pois recursos humanos havia. Na América Latina, pela falta do mesmo nível de recursos humanos, não tivemos os mesmos resultados. Criou-se, logo após a Segunda Guerra Mundial o Banco Mundial, cujo nome é Banco Internacional de Reconstrução e Fomento (BIRF). Os poucos anos que injetou recursos na reconstrução da Europa deu um resultado fantástico; se comparado com os muitos anos que vem injetando recursos de fomento em todo o mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento, também chamado terceiro mundo.
A pobreza tem aumentado e continua aumentando, por duas razões: o crescimento demográfico, que tem sido bem maior nas camadas mais pobres que nas camadas mais ricas, e a falta de capacidade de nos ajustarmos as mudanças tecnológicas.
O crescimento demográfico, especialmente nas camadas de menor poder aquisitivo, gera um ônus que dificulta a capitalização para promover o progresso econômico e assim melhorar o bem estar das pessoas. Há vinte anos tínhamos uma população aproximadamente igual a do Japão. Hoje temos vinte milhões mais que o Japão. São milhões de pessoas que ainda não se incorporaram na forma ativa de trabalho, mas que representam custo para a sociedade: alimentação, vestuário, educação, saúde, etc.
Os recursos gastos na manutenção desse contingente são recursos a menos que temos para investir no progresso da sociedade. Esse contingente é apenas o adicional ao contingente a ser mantido de uma ou outra forma, sem que tenham condições de auto-sustentação e progresso com suas próprias forças.
E esse processo vem ocorrendo há muito tempo. Sempre somos o país do futuro. Muitos morrem de velho e não chegam a desfrutar dos benefícios com os quais sonharam, quando em sua juventude lhes era solicitado sacrifício. Sempre em nome do país do futuro, sua esperança terminou como sua própria sombra que não conseguiram alcançar na corrida da vida. Como a corda rebenta na parte mais fraca, boa parte do ônus para socorrer os mais necessitados recaiu sobre os ombros da classe média, fazendo com que muitos destes passassem para o grupo dos pobres, aumentando o contingente de necessitados.
O avanço tecnológico e a necessidade de adaptar-se as contingências do mundo atual requerem reajustes que implicam em sacrifícios. Só uma revolução industrial, com o surgimento das indústrias, deixou artesão e camponeses sem os meios mínimos de sobrevivência, a grande miséria reinante na Europa naquela época, fez com que grande massa humana buscasse novos horizontes migrando para as américas. Foi naquela reciclagem que vieram para o Brasil os imigrantes alemães e italianos.
Hoje, com a revolução tecnológica e a globalização da economia, tem-se gerado desemprego que requer uma reciclagem e geração de novas oportunidades de produção. A migração para novas fronteiras, na mesma profissão, não existe mais. O mundo vive um processo de globalização para capitais e bens materiais, mas não há a mesma mobilidade nos recursos humanos. Isso cria uma dificuldade especial, que é a necessidade de criar novos empregos nas próprias regiões geográficas do planeta. A falta de capacidade de produzir essa reciclagem faz com que a pobreza aumente. O desespero aumenta a insegurança, criando mais gastos para a sobrevivência do bem-estar ainda existente.
*João Fischer é deputado pelo PPB e presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento
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