quais são as características da política de extrema-direita e como bolsonaro representa essa posição ideológica no governo?
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Resposta:
Explicação:Capitão reformado e deputado federal por quase 30 anos, Jair Bolsonaro ganhou notoriedade com a defesa da ditadura militar, a exaltação de torturadores do regime, a apologia ao uso de armas pela população, o aumento do uso da força policial como solução para a violência e o não reconhecimento de direitos das minorias.
Mais recentemente, uniu ao discurso o liberalismo econômico e chegou ao segundo turno das eleições presidenciais de 2018 com 46% dos votos válidos. É favorito, segundo as pesquisas, para vencer a disputa direta contra o petista Fernando Haddad. A votação final está marcada para 28 de outubro.
As declarações de Bolsonaro durante a campanha passaram a mesclar negativas de que é racista, homofóbico e misógino com novas investidas contra os direitos humanos, contra “qualquer tipo de ativismo” e também contra o sistema eleitoral brasileiro, colocando em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.
Em razão da atitude pública, o capitão reformado passou a ser classificado ideologicamente das mais diferentes formas. O Nexo entrevistou três cientistas políticos, autores de livros influentes sobre populismo, fascismo, direita e extrema direita nos EUA, na Itália e no Chile para saber como esses acadêmicos definem Bolsonaro. Veja, primeiro, as conclusões dos estudiosos de forma concisa:
O que é Bolsonaro
Rovira Kaltwasser
Bolsonaro é um típico populista da extrema direita autoritária, mas não é um fascista, disse, por exemplo, o chileno Cristóbal Rovira Kaltwasser, doutor em ciência política pela Universidade Humboldt, em Berlim, professor na Universidade Diego Portales, no Chile, e coautor, junto com o holandês Cas Mudde, do livro “Populismo: Uma Muito Breve Introdução”.
Urbinati
Bolsonaro não apenas é um representante da extrema direita populista, como também usa elementos de propaganda fascista em seu discurso político, afirmou a italiana Nadia Urbinati, doutora em ciência política pelo Instituto Universitário Europeu, de Florença, professora na Universidade de Columbia, nos EUA, e autora dos livros “A Democracia Desfigurada” e “Como o Populismo Muda a Democracia”, que será publicado em 2019.
Rosenthal
Bolsonaro é parte do populismo autoritário de extrema direita que cresce no mundo, mas está longe de ser fascista, disse Lawrence Rosenthal, coordenador do Centro Berkeley de Estudos sobre a Direita, da Universidade da Califórnia, e autor de diversos estudos e livros sobre o assunto.
Esses três especialistas dedicaram a maior parte de suas vidas acadêmicas a pesquisar as manifestações da extrema direita, do populismo ou do fascismo em lugares tão diferentes quanto os EUA e as Filipinas, a Índia e a Grécia.
O ponto de contato desses estudiosos com o que ocorre hoje no Brasil se dá pelo estudo da ciência política e das ferramentas que essa disciplina oferece para a compreensão da ideologia e referências que movem políticos e seus partidos, os eleitores e suas preferências em qualquer lugar do mundo.
O conceito da extrema direita
Em suas aulas, Rovira Kaltwasser utiliza o organograma abaixo para representar o lugar que os subgrupos da direita ocupam, uns em relação aos outros.
Originalmente, esse organograma é usado por ele para explicar o espectro ideológico da direita na Europa Ocidental. Mas o pesquisador recorreu ao quadro, na entrevista ao Nexo, para situar Bolsonaro.