Quais os principais eventos que desenvolveram o Realismo-Naturalismo em Portugal ?
Soluções para a tarefa
Respondido por
8
1. Datas
1865: Questão Coimbrã - início do Realismo em Portugal.1890: Oaristos, de Eugênio de Castro - início do Simbolismo em Portugal.
2. Contexto histórico
À época do Realismo, a Europa vive a segunda fase da Revolução Industrial, com o desenvolvimento dos transportes e comunicações, e assiste à polarização da sociedade em duas classes sociais principais: a burguesia industrial e o proletariado. É um período que registra, entre outros, os seguintes acontecimentos:
progresso definitivo das cidades;avanços científicos e tecnológicos;desenvolvimento de novas correntes filosóficas e científicas;renovação política e cultural influenciada pelas ideias liberais;disseminação das ideias socialistas e anarquistas.
Portugal apresenta um panorama diferente do restante da Europa: seu processo de industrialização ainda engatinha, há elevados índices de analfabetismo, e a maior parte da população vive no campo, onde a prosperidade da burguesia rural entra em choque com péssimas condições de vida para os camponeses.
Nas cidades, por sua vez, acontece o crescimento do comércio e do funcionalismo público. Essas contradições entre a vida no campo e nas cidades, juntamente com as desigualdades sociais cria um clima de descontentamento generalizado, que terá consequências nas artes, a essa altura influenciadas pelas novas conquistas europeias. Os artistas voltam-se, então, para a crítica e a denúncia social.
O acontecimento mais importante da cultura portuguesa da época foi a Questão Coimbrã, que se tornou um marco de renovação ideológica e literária por ser uma polêmica entre: os jovens realistas de Coimbra, identificados com as propostas novas e os românticos de Lisboa, conservadores e adeptos do continuísmo.
Em Lisboa, o veterano Antônio Feliciano de Castilho escreve um posfácio à obra Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, seu discípulo das letras. Esse posfácio ataca violentamente o ideário da "Geração de 70".
Instaura-se, abertamente, a rivalidade. De Coimbra, Antero de Quental, jovem líder do grupo que se opõe a Castilho, contra-ataca com o opúsculo intitulado Bom-Senso e Bom-Gosto, em 1865. Estava deflagrada a Questão Coimbrã, que se tornou também conhecida como Polêmica do Bom-Senso e Bom-Gosto e foi responsável pela introdução do Realismo-Naturalismo em Portugal.
Eça de Queirós não participou da polêmica, embora estudasse Direito em Coimbra. Mas foi integrante do Grupo do Cenáculo, liderado por Antero de Quental e participou, mais tarde, das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense, proferindo a conferência "A Literatura Nova ou O Realismo como Nova Expressão da Arte".
3. Origens do Realismo-Naturalismo
As origens do realismo encontram-se na França, em 1857, com a publicação de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, que inicia um novo ciclo da cultura francesa, calcado na análise crítica da sociedade; é ela a obra inaugural do Realismo; Em 1867, ainda na França, a obra Thér -se Raquin, de Émile Zola, inaugura o Naturalismo.
Realismo-Naturalismo em Portugal
Já sabemos que a segunda metade do século XIX é marcada por uma grave crise em Portugal. Imerso em situação de grande atraso, o país contempla uma Europa renovada no plano político, social, econômico e cultural. Não apenas contempla, mas se vê invadido pelas novas conquistas do velho mundo, já que uma juventude operosa e inteligente está atenta àquilo que lhes chega - em 1864, Coimbra se ligava à rede europeia de caminho-de-ferro - principalmente de França. O surgimento de uma evolução tecnológicae, por decorrência, cultural tende a esvaziar os ideais românticos que prevaleceram por quase 40 anos.
É nesse ambiente que floresce a "Geração de 70", influenciada pelos modelos franceses buscados em Balzac, Stendhal, Flaubert e Zola.
Os jovens acadêmicos portugueses absorvem as novas teorias, tais como o Determinismo de Taine, o Socialismo "utópico" de Proudhon, o Positivismo de Auguste Comte, além do Evolucionismo de Darwin, entre outras novidades no campo das Ciências e da Filosofia:
o Determinismo de Taine, segundo o qual o Homem - e seu comportamento e, portanto, a Arte - está condicionado a três fatores: a herança (determinismo biológico ou hereditário); o meio (determinismo social ou mesológico) e o momento (determinismo histórico);o Positivismo de Auguste Comte, que defendia a existência da razão e da ciência como fundamentais para a vida humana, pregando uma atitude voltada para o conhecimento positivo, concreto e objetivo da realidade;o Criticismo e o Anticlericalismo de Renan, que pregava uma revisão do papel histórico da igreja católica, apontando-a como "mistificadora da verdadeira fé";o Socialismo "utópico" de Proudhon, que propunha a organização de pequenos produtores em associações de auxílio mútuo, calcado em ideias antiburguesas e antirreligiosas;o Evolucionismo de Darwin, entre outras novidades no campo das Ciências e da Filosofia.
1865: Questão Coimbrã - início do Realismo em Portugal.1890: Oaristos, de Eugênio de Castro - início do Simbolismo em Portugal.
2. Contexto histórico
À época do Realismo, a Europa vive a segunda fase da Revolução Industrial, com o desenvolvimento dos transportes e comunicações, e assiste à polarização da sociedade em duas classes sociais principais: a burguesia industrial e o proletariado. É um período que registra, entre outros, os seguintes acontecimentos:
progresso definitivo das cidades;avanços científicos e tecnológicos;desenvolvimento de novas correntes filosóficas e científicas;renovação política e cultural influenciada pelas ideias liberais;disseminação das ideias socialistas e anarquistas.
Portugal apresenta um panorama diferente do restante da Europa: seu processo de industrialização ainda engatinha, há elevados índices de analfabetismo, e a maior parte da população vive no campo, onde a prosperidade da burguesia rural entra em choque com péssimas condições de vida para os camponeses.
Nas cidades, por sua vez, acontece o crescimento do comércio e do funcionalismo público. Essas contradições entre a vida no campo e nas cidades, juntamente com as desigualdades sociais cria um clima de descontentamento generalizado, que terá consequências nas artes, a essa altura influenciadas pelas novas conquistas europeias. Os artistas voltam-se, então, para a crítica e a denúncia social.
O acontecimento mais importante da cultura portuguesa da época foi a Questão Coimbrã, que se tornou um marco de renovação ideológica e literária por ser uma polêmica entre: os jovens realistas de Coimbra, identificados com as propostas novas e os românticos de Lisboa, conservadores e adeptos do continuísmo.
Em Lisboa, o veterano Antônio Feliciano de Castilho escreve um posfácio à obra Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, seu discípulo das letras. Esse posfácio ataca violentamente o ideário da "Geração de 70".
Instaura-se, abertamente, a rivalidade. De Coimbra, Antero de Quental, jovem líder do grupo que se opõe a Castilho, contra-ataca com o opúsculo intitulado Bom-Senso e Bom-Gosto, em 1865. Estava deflagrada a Questão Coimbrã, que se tornou também conhecida como Polêmica do Bom-Senso e Bom-Gosto e foi responsável pela introdução do Realismo-Naturalismo em Portugal.
Eça de Queirós não participou da polêmica, embora estudasse Direito em Coimbra. Mas foi integrante do Grupo do Cenáculo, liderado por Antero de Quental e participou, mais tarde, das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense, proferindo a conferência "A Literatura Nova ou O Realismo como Nova Expressão da Arte".
3. Origens do Realismo-Naturalismo
As origens do realismo encontram-se na França, em 1857, com a publicação de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, que inicia um novo ciclo da cultura francesa, calcado na análise crítica da sociedade; é ela a obra inaugural do Realismo; Em 1867, ainda na França, a obra Thér -se Raquin, de Émile Zola, inaugura o Naturalismo.
Realismo-Naturalismo em Portugal
Já sabemos que a segunda metade do século XIX é marcada por uma grave crise em Portugal. Imerso em situação de grande atraso, o país contempla uma Europa renovada no plano político, social, econômico e cultural. Não apenas contempla, mas se vê invadido pelas novas conquistas do velho mundo, já que uma juventude operosa e inteligente está atenta àquilo que lhes chega - em 1864, Coimbra se ligava à rede europeia de caminho-de-ferro - principalmente de França. O surgimento de uma evolução tecnológicae, por decorrência, cultural tende a esvaziar os ideais românticos que prevaleceram por quase 40 anos.
É nesse ambiente que floresce a "Geração de 70", influenciada pelos modelos franceses buscados em Balzac, Stendhal, Flaubert e Zola.
Os jovens acadêmicos portugueses absorvem as novas teorias, tais como o Determinismo de Taine, o Socialismo "utópico" de Proudhon, o Positivismo de Auguste Comte, além do Evolucionismo de Darwin, entre outras novidades no campo das Ciências e da Filosofia:
o Determinismo de Taine, segundo o qual o Homem - e seu comportamento e, portanto, a Arte - está condicionado a três fatores: a herança (determinismo biológico ou hereditário); o meio (determinismo social ou mesológico) e o momento (determinismo histórico);o Positivismo de Auguste Comte, que defendia a existência da razão e da ciência como fundamentais para a vida humana, pregando uma atitude voltada para o conhecimento positivo, concreto e objetivo da realidade;o Criticismo e o Anticlericalismo de Renan, que pregava uma revisão do papel histórico da igreja católica, apontando-a como "mistificadora da verdadeira fé";o Socialismo "utópico" de Proudhon, que propunha a organização de pequenos produtores em associações de auxílio mútuo, calcado em ideias antiburguesas e antirreligiosas;o Evolucionismo de Darwin, entre outras novidades no campo das Ciências e da Filosofia.
Perguntas interessantes
Artes,
9 meses atrás
Geografia,
9 meses atrás
Geografia,
9 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Biologia,
1 ano atrás