quais os principais agrotóxicos utilizados no brasil
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GLIFOSATO (O MAIS VENDIDO NO BRASIL, NA UE E NOS EUA)
O glifosato é o agrotóxico mais vendido no Brasil, União Euroeia e Estados Unidos. Serve para matar as plantas silvestres que estão na área antes do plantio de uma safra.
A predominância desse pesticida, segundo agrônomos, se deve à sua eficácia, maior que qualquer outro produto de sua categoria (herbicida). O glifosato pode controlar mais de 150 espécies de plantas daninhas, em diversas culturas.
Não é comum ele ser usado durante o ciclo de produção porque pode afetar o cultivo principal. Mas uma exceção é na soja, maior cultura agrícola do Brasil. Isso porque as plantas transgênicas possuem resistência, então é possível utilizar o agrotóxico durante todo o ciclo.
Por outro lado, as ervas daninhas também aumentaram a resistência ao pesticida, o faz com que o glifosato esteja sendo misturado a outros, para funcionar melhor.
O Brasil autoriza seu uso no plantio de algodão, ameixa, arroz, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, citros, coco, feijão, fumo, maçã, mamão, milho, nectarina, pastagem, pera, pêssego, seringueira, soja, trigo e uva.
Mas isso está sendo reavaliado. Estudos no exterior fazem relação dele com câncer. Na UE, a Áustria e Alemanha, decidiram bani-lo.
2,4-D (2º MAIS VENDIDO NO BRASIL)
O 2,4-D é um herbicida que tem modo de ação diferente do glifosato. Ele controla apenas um grupo de plantas daninhas.
É um dos mais vendidos porque, quando misturado ao glifosato, consegue aumentar a eficiência em plantas que ganharam resistência ao produto mais vendido, como a buva, espécie invasora comum nas culturas da soja e do feijão.
Ele tem autorização no Brasil para ser utilizado nas culturas de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, eucalipto, milheto, milho, pastagem, soja, sorgo (grão usado em ração para gado) e trigo.
É liberado nos EUA e, na UE, ele tem autorização restrita, apenas para trigo — principal atividade agrícola do bloco — cevada, aveia, centeio e triticale (planta que surgiu da mistura de trigo com centeio e que serve para pastagens).
MANCOZEBE (3º MAIS VENDIDO NO BRASIL)
O mancozebe é um fungicida mais antigo, da década de 1940, que voltou a ser muito utilizado para controlar uma das principais doenças da soja: a ferrugem asiática, que prejudica a formação da planta e dos grãos e já causou prejuízos bilionários à atividade.
Ele é misturado com produtos mais modernos para garantir a efetividade de produtos mais novos que foram perdendo a eficácia contra a doença. Porém, a dose usada precisa ser maior do que a dos agrotóxicos mais modernos.
No Brasil, pode ser usado para abacate, abóbora, algodão, alface, alho, amendoim, arroz, banana, batata, berinjela, beterraba, brócolis, café, cana-de-açúcar, cebola, cenoura, cevada, citros, couve, couve-flor, cravo, crisântemo, dália, ervilha, eucalipto, feijão, feijão-vagem, figo, fumo, gladíolo, hortênsia, maçã, mamão, manga, maracujá, melancia, melão, milho, orquídeas, pepino, pera, pêssego, pimentão, repolho, rosa, seringueira, soja, tomate, trigo, uva e vagem.
Ele possui registro na União Europeia e nos EUA, onde já foi um dos mais vendidos.
ACEFATO (4º MAIS VENDIDO NO BRASIL)
É um inseticida que tem um poder de ação grande (generalista) e pode matar muitas espécies. Agrônomos o apontam como um “coringa” para melhorar a eficiência de outros produtos.
É muito usado no Brasil para controlar o percevejo, um inseto sugador que diminui muito a produtividade nas culturas de grãos, em especial a soja, e o bicudo do algodoeiro, uma das principais pragas do algodão.
O acefato é autorizado nos EUA, mas faz parte de um grupo de inseticidas (organosfosforados) que foi banido na União Europeia. Isso porque estudos relacionaram o produto à perda de fertilidade masculina. Além disso, a UE argumentou que seu resíduo pode causar morte de aves e espécies marinhas, como anfíbios e peixes.
No Brasil, pode ser aplicado na produção de algodão, amendoim, batata, citros, feijão, melão, milho, soja e tomate (somente fins industriais). Porém, desde 2013, a aplicação do produto ficou mais restrita: só pode ser feita por máquinas e não pode ocorrer em ambientes fechados, como estufas.
ATRAZINA (5º MAIS VENDIDO NO BRASIL E 6º NOS EUA)
É um herbicida muito comum na produção de milho e, assim como o 2,4-D, atua para controle de um grupo de ervas daninhas. É um agrotóxico mais barato e, com a perda de eficiência do glifosato, acabou sendo mais procurado.
No Brasil, possui autorização para ser aplicado nas plantações de abacaxi, cana-de-açúcar, milho, milheto, pinus, seringueira, sisal e sorgo (grão usado em ração para gado).
O produto também é registrado nos EUA, que são os principais produtores de milho do mundo.
Ele foi banido na UE porque estudos do bloco não conseguiram comprovar que o ingrediente ativo não contamina os lençóis freáticos. Outras pesquisas associaram o agrotóxico a impactos no sistema reprodutivo em população de sapos.