Quais os primeiros países a trocar ou intercâmbios entre Brasil e outros países na zona de fronteira
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Proposta de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira
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III – A ZONA DE FRONTEIRA: INTERAÇÕES COM OS PAÍSES
VIZINHOS
A. “ABRIR E FECHAR”: TIPOLOGIA DAS INTERAÇÕES
TRANSFRONTEIRIÇAS
No campo das interações transfronteiriças, as situações de fronteira não são as
mesmas ao longo do extenso limite internacional (continental) do país (15.700 km), não
só devido às diferenças geográficas, mas também ao tratamento diferenciado que recebe
dos órgãos de Estado e ao tipo de relação estabelecida com os povos vizinhos. Quanto
a este último aspecto destaca-se a importância para a geografia da fronteira e para um
novo Programa de Faixa de Fronteiras das cidades-gêmeas, lugares onde as simetrias e
assimetrias entre sistemas territoriais nacionais são mais visíveis e que podem se tornar
um dos alicerces da cooperação com os outros países da América do Sul e consolidação
da cidadania.
Para a tipologia das interações transfronteiriças foram utilizados os modelos
propostos pelo geógrafo francês Arnaud Cuisinier-Raynal (2001), com algumas adaptações
necessárias ao caso brasileiro. Os mesmos modelos foram aplicados às cidades-gêmeas,
embora essas cidades não sejam contempladas no trabalho de Cuisinier-Raynal. O mais
comum são situações de superposições de tipos de interação, mas é possível distinguir
aquela dominante. São cinco os modelos que fundamentam a tipologia de interações: 1)
margem; 2) zona-tampão; 3) frentes; 4) capilar; 5) sinapse.
A-1 Margem
Na margem a população fronteiriça de cada lado do limite internacional mantém
pouco contacto entre si, exceto de tipo familiar ou para modestas trocas comerciais. As
relações são mais fortes com o nacional de cada país do que entre si, apesar da vizinhança.
Em outras palavras, a primazia da dinâmica é local ou nacional.
Tal situação é consistente com a ausência de infra-estrutura conectando os principais
núcleos de povoamento de um e outro lado da fronteira, ou a presença de raras pistas
carroçáveis, não transitáveis anualmente. A ausência de projetos de cooperação
transfronteira e a presença intermitente e não sustentada do Estado (federal, estadual),
exceto por alguns investimentos de tipo sanitário (postos de saúde) ou escolas de ensino
fundamental também caracteriza o modelo “margem”. Podem ser considerados espaços
potenciais de aplicação de políticas públicas futuras.
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