quais os limites da ciencia para a constrituiçao do conhecimento?
Soluções para a tarefa
Os estudos desenvolvidos no campo das ciências sociais, objetivando compreender os impactos das tecnologias na sociedade, vêm ganhando destaque desde o final do século XX e início do século XXI. Segundo Judy Wajcman (2002), as questões vinculadas às transformações tecnológicas e seus impactos sociais estão na base de três teorias paradigmáticas a respeito das transformações em curso nas sociedades ocidentais, a saber, as teorias sobre a sociedade da informação, o pós-fordismo e a pós-modernidade. Podemos ainda acrescentar os estudos e teorias mais recentes sobre a globalização.
A autora, então, destaca a ênfase dada nos estudos sobre as tecnologias de informação e comunicação e seu potencial transformador das relações sociais. Porém, ela chama atenção para o fato de que muitas dessas análises estão permeadas por um “ingênuo determinismo tecnológico”, que não nos permitiria perceber que tais artefatos são moldados socialmente, não apenas através dos seus mais variados usos, mas, principalmente, pelos seus processos de criação e design, assim como pelas escolhas tecnológicas que lhes dão forma.
Nesse contexto, os estudos sobre ciência e tecnologia (Science and Technology Studies – S&TS), desenvolvidos a partir da década de 70, apresentam-se com o intuito de perceber as questões cientifico-tecnológicas para além desse determinismo e também de um maniqueísmo ingênuo. A conformação desse campo de estudos, dentro das ciências sociais, resulta da constatação da centralidade da tecnologia nos processos sociais contemporâneos e da “crença no fato de que os conteúdos e os direcionamentos das inovações tecnológicas são passíveis de análise e explicação pela sociologia.” (WAJCMAN, 2002, p. 351)