quais os fatores principais e decisivos para o surgimento da burguesia?
Soluções para a tarefa
Resposta:
O termo burguês deriva do latim burgus através de adaptações germânicas burga, baúrgs ou bürg, que na Alta Idade Média designavam uma pequena fortificação, um castelo ou uma vila murada. Seus habitantes, por extensão, se denominaram primitivamente burgensis, burgari — burgueses —, termo atestado pela primeira vez no século VIII. Com a conquista normanda da Inglaterra o termo bürg foi importado e aparece no século XII como bury, borough, burgh, denominando uma cidade. Aparece na mesma época também no norte do Reino da França. O conceito original está intimamente associado ao de cidadania, cujas origens estão na Antiguidade. Tanto a Grécia como Roma organizaram suas sociedades urbanas de maneira a integrar um corpo de "cidadãos", que viviam em um espaço físico definido, eram regidos por leis específicas e detinham relevantes direitos políticos, não atribuídos a outras classes.
No entanto, após a queda do Império Romano as cidades entraram em declínio e a população se ruralizou em larga proporção. A nobreza passou a dominar praticamente todos os espaços, rebaixando a população rural à condição servil, formando-se uma sociedade eminentemente agrária. Contudo, obviamente nem todas as cidades desapareceram, em torno dos castelos formaram-se novas vilas ou burgos, que com o passar do tempo ganharam da nobreza feudal um significativo grau de autonomia e diversos privilégios, como os de manter feiras e mercados, associações civis, milícias, tribunais, conselhos e um corpo de oficiais. No processo de crescimento dos burgos o estatuto de cidadão adquiriu uma base jurídica diferenciada e passou a ser exclusivo dos habitantes livres e capazes de exercer direitos especiais, particularmente os de natureza política, econômica e associativa, recuperando parte da concepção clássica de cidadania. A este grupo, apenas, ficou restrito o uso do termo burguês, então um sinônimo de cidadão. Os outros residentes dos burgos passaram a ser chamados de "vilãos" ou simplesmente "habitantes", onde se incluíam servos, mercenários e artistas itinerantes, aventureiros, trabalhadores não especializados e outros componentes da classe mais baixa, que praticamente não possuíam nenhum direito.
As igrejas da Idade Média, além de dar o conhecimento religioso aos cristãos, tomaram conta do ensinamento nas escolas, que ficavam anexas aos mosteiros. Com o surgimento da burguesia, parte das novas escolas passaram a ser administradas por esta classe que passou a ensinar novas matérias, além do conhecimento religioso.