quais os efeitos da atividade física
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A prática de exercícios físicos promove a saúde e reduz os riscos de diabetes e obesidade na maioria das pessoas. Porém, de que maneira, a nível celular, a atividade física executa essa magia benéfica, quais as alterações fisiológicas estão envolvidas, ainda permanece com inúmeras questões por esclarecer.
Novos estudos na área da biologia molecular apontam que os exercícios alteraram drasticamente a forma como os genes funcionam. Vários grupos de cientistas iniciaram pesquisas para determinar o que a malhação provoca no exterior dos nossos genes.
Sabe-se que os genes não são estáticos. Eles são ativados ou desativados, dependendo dos sinais bioquímicos que recebem de outras partes do corpo. Quando estão ativados, os genes expressam várias proteínas que, por sua vez, levam a uma série de ações fisiológicas no corpo.
O que é particularmente fascinante no processo que ocorre no DNA é que ele parece ser motivado em grande parte pelo estilo de vida, tipos de alimentação diferentes e exercícios físicos podem determinar em parte se uma pessoa chegará a desenvolver diabetes e outras doenças metabólicas.
Dos novos estudos, talvez o mais impressionante seja um conduzido por pesquisadores filiados ao Centro de Diabetes da Universidade de Lund, na Suécia, publicados recentemente na revista PLoS One. Charlotte Ling, professora adjunta da Universidade de Lund e principal autora informa: "Nossos dados sugerem que a prática de exercícios pode afetar o risco de diabetes tipo 2 e obesidade, alterando a metilação do DNA dos genes".
Estas informações foram confirmadas em outros estudos que demonstraram ter a atividade física um efeito igualmente marcante no DNA no interior das células musculares humanas, mesmo após um único treino.
A Dra Juleen R. Zierath, professora de fisiologia integrativa no Instituto Karolinska estudiosa deste tema, defende a tese de que as mudanças de metilação do DNA são, provavelmente, "uma das primeiras adaptações ao exercício" e abrem caminho para as mudanças corporais que se seguem.
Os meandros desse processo extremamente complexo ainda têm de ser esclarecidos por completo. Os cientistas não sabem, por exemplo, se as mudanças de padrões de metilação induzidas pela atividade física perduram no organismo da pessoa se ela se tornar sedentária, nem se o treinamento de resistência tem efeitos similares sobre os genes. Também não se sabe se essas alterações podem ser transmitidas de uma geração para a outra. Mas já é evidente, disse Ling, que essas novas descobertas "são mais uma prova do efeito bastante marcante que a atividade física pode ter sobre o corpo humano, chegando até mesmo ao nível do nosso DNA.".