Geografia, perguntado por julia129335, 1 ano atrás

quais os dados estatísticos sobre a desigualdade no Brasil e em sao Paulo​

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Respondido por larissaantonella27
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A desigualdade é uma característica das relações sociais e políticas contemporâneas em diversos países do mundo. Contudo, o Brasil tem se destacado nesse cenário mundial como sendo um dos países com uma histórica desigualdade interna cujas consequências atingem todo o território em diversas escalas. Se há cerca de trinta anos o Brasil teve a pior desigualdade social e econômica de todo o mundo, hoje ainda estamos entre os dez mais desiguais em um conjunto de 140 países. As consequências dessa desigualdade interna podem ser percebidas de modo direto na distribuição de renda e, também, em todo o universo de indicadores sociais, apontando o sofrimento humano ao qual setores sociais e bairros inteiros são conduzidos.

Em nosso país, os resultados das análises de dados estatísticos em escalas nacional, regional ou local sempre apresentam essa marca da falta de equidade. Conforme veremos abaixo, a análise espacial comparando dados de diferentes regiões de uma cidade mostra que os resultados dessa desigualdade levam uma expressiva parte da população a viver em condições muito precárias. E revelam, também, que há regiões onde a maioria dos habitantes está diariamente exposta a tal precariedade e há um longo período, alterando, assim, indicadores fundamentais, como a expectativa de vida.

Os dados publicados em 2017 no estudo desenvolvido pela Rede Nossa São Paulo sobre a desigualdade territorial entre os distritos da cidade de São Paulo trazem resultados estarrecedores. Uma das desigualdades mais marcantes percebidas nessa comparação foi a inaceitável diferença de quase 24 anos entre as expectativas de vida dos sete distritos melhor e pior colocados. Os moradores dos bairros de periferia Anhanguera, Cidade Tiradentes, Grajaú, Iguatemi, Jardim Ângela, Parelheiros e São Rafael vivem cerca de 52 anos. Já os moradores dos bairros ricos Alto de Pinheiros, Consolação, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Moema, Pinheiros e Vila Mariana vivem, em média, 76 anos. O fato da população nesses sete bairros periféricos ser, segundo o censo de 2010 do IBGE, de 1,3 milhão de pessoas (2,4 vezes maior que nos sete bairros ricos) evidencia que a vida longa é para poucos.

Como essa diferença gigantesca se materializa na vida (ou morte) das pessoas? Através de quaiscausae mortis a enorme desigualdade social brasileira suprime o direito à vida da população mais pobre? Os dados do período de 2002 a 2015 do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo, coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), encontram-se condensados no infográfico abaixo, que mostra os anos de expectativa de vida que são perdidos para cada causa de morte, indicadas pelas diferentes cores. Esses anos perdidos devidos a uma certa causa foram calculados tomando a distribuição de óbitos (por idade e por causa mortis) dos bairros ricos como referência ideal e contabilizando a perda de anos na expectativa de vida quando parte dessas pessoas passam a falecer, pela causa analisada, com as mesmas idades e mesma frequência que as observadas nos bairros pobres.

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