quais os critéros do nomenglatura biologica
Soluções para a tarefa
Resposta: A nomenclatura binomial é o método formal e o único universalmente aceito para a atribuição do nome científico a espécies (com excepção dos vírus). Como o termo "binomial" sugere, o nome científico de uma espécie é formado pela combinação de dois termos: o nome do género e o descritor específico.
O agrupamento dos organismos em classes hierárquicas é uma forma de organizar nosso conhecimento sobre os seres vivos. O simples ordenamento hierárquico, entretanto, é insuficiente para que a classificação cumpra suas funções e, para que um esquema classificatório seja útil, é preciso que se atribuam nomes aos vários agrupamentos definidos no processo de classificação, transformando cada um desses agrupamentos em um táxon. Os nomes nos permitem referir aos táxons de forma sintética, facilitando nossa comunicação sobre eles.
Até a publicação das obras “Espécies de Plantas” e “Sistema Natural” por Lineu, na década de 1750, não havia um conjunto de regras nomenclaturais de aceitação ampla e os nomes dos organismos eram constituídos por uma a várias palavras ou por frases descritivas. Um dos princípios básicos do sistema nomenclatural lineano é que cada espécie tenha seu nome composto por um nome genérico e um nome ou epíteto específico (binômio). Esses nomes são sempre latinos, já que, até o século XVIII, o latim era a única língua empregada no ocidente para a publicação de obras científicas.
Quando lemos a literatura taxonômica atual, podemos ser levados a crer que nada foi feito em termos de taxonomia, antes de Lineu, entretanto, isto não é verdade. A maioria das plantas e animais mais comuns associados à floresta atlântica brasileira, por exemplo, foi minuciosamente descrita pelos jesuítas (muitos deles, bons naturalistas) ao longo dos dois primeiros séculos da colonização portuguesa de nosso país. Entretanto, dada a superioridade do sistema de Lineu, convencionou-se que apenas os nomes associados a descrições a partir da publicação das suas obras “Espécies de Planta” e “Sistema Natural”, de acordo com o seu sistema classificatório, é que seriam considerados válidos. Dessa forma, o conhecimento taxonômico de plantas e animais foi totalmente reconstruído a partir daí.
É interessante notar que, embora revolucionários para os taxonomistas europeus do século XVIII, nomes binomiais eram utilizados comumente em várias línguas. Dennler (segundo Simpson, 1961), por exemplo, notou que os guaranis conferiam nomes binomiais aos animais, em que o primeiro nome era inclusivo (como o gênero de Lineu) e o segundo restritivo (como o epíteto específico de nossa classificação). Ele exemplifica com o nome tatu, que designa um conjunto de espécies animais, que são distinguidas por nomes específicos compostos (tatu-açu, tatu-aíva, tatu-para, tatu-etê, tatu-íra, tatu-peba, tatu-xima etc).
A adoção da hierarquia lineana e suas regras nomenclaturais básicas deveu-se à sua superioridade em relação aos inúmeros sistemas em uso no século XVII e permitiu simplificar e padronizar procedimentos e classificações biológicas. A adoção generalizada do sistema lineano e a intensificação do trabalho de classificação da biodiversidade que se seguiu, levou a uma grande proliferação de nomes a partir da segunda metade do século XVIII, o que resultou em uma grande confusão de nomes diferentes aplicados aos mesmos táxons e de diferentes táxons com os mesmos nomes (ver abaixo). Estes fatos levaram à proposição de uma série de convenções informais e, finalmente, ao estabelecimento de códigos de nomenclatura que pusessem ordem no caos que se construía.