Português, perguntado por marianetrindadesilva, 4 meses atrás

Quais movimentos surgiram nos qual a diferença entre os negros do brasil e os negros do EUA?​


anaclaudiasouzadeand: Movimento Negro nos EUA
No Estados Unidos, a escravização de negros africanos iniciou um pouco mais tarde que no Brasil, no ano de 1619, acabando 25 anos antes, em 1863, principalmente com o fim da Guerra Civil e a Proclamação de Emancipação.

Muito forte nos estados do Sul dos Estados Unidos, a escravidão foi a base da economia dessa região, afetando profundamente até hoje as relações sociais e o racismo exacerbado que ainda atinge a população negra estadunidense.

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Respondido por anaclaudiasouzadeand
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Movimento Negro no Brasil

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No Brasil, o Movimento Negro corresponde a vários fenômenos e ações executados por pessoas que lutam contra o racismo e pelos direitos para os cidadãos negros. Vários movimentos na história do Brasil possuem destaque relevante.

Entretanto, até a abolição da escravatura, que se deu apenas no ano de 1888, todo e qualquer movimento pela população negra era considerado clandestino, além de possuir caráter específico, sempre em busca da libertação de negros escravizados.

A principal maneira de expressão dos movimentos negros rebeldes antes da abolição foi a quilombagem, que corresponde à rebeldia permanente organizada e dirigida pelos próprios escravos fugidos, presente em todo o período de escravismo no Brasil.

Quilombos eram centros que recebiam os escravos fugidos, mas que também englobavam várias outras formas de protesto, como as insurreições e o bandoleirismo, o qual correspondia a grupos de guerrilha de escravos fugidos contra povoados e viajantes.

Com exceção do Quilombo dos Palmares, que teve como último líder o icônico Zumbi dos Palmares e durou mais de um século, a maioria desses centros de resistência era fortemente combatida e dizimada pelo aparelho opressor do governo, que buscava apenas a violência como forma de resolução.

Se na Inconfidência Mineira os negros estiveram praticamente ausentes do movimento, a Conjuração Baiana de 1798 tinha como principal objetivo a proposta de libertação de todos os escravos, contando com negros na liderança do próprio movimento.

Muitos negros de destaque participaram de diversos movimentos populares, entre eles a Revolta da Chibata de 1910, encabeçada pelo marinheiro negro João Cândido. Sua principal conquista foi a revogação da pena de açoite aos marinheiros (em sua maioria negros) da Marinha de Guerra do Brasil. Apesar da vitória da Revolta e da promessa de anistia, o movimento foi praticamente dizimado pouco tempo depois, sendo que o próprio líder João Cândido foi deixado à miséria.

A Revolta da Chibata foi o último movimento organizado e armado da rebelião negra no Brasil. A partir de então, vários centros de mobilização em São Paulo e no Rio de Janeiro buscaram trilhar novos caminhos, com o objetivo de luta pela cidadania recém-conseguida após a abolição.

Em 1915, por exemplo, surge o primeiro jornal da imprensa negra paulista, O Menelick, que foi seguido por várias outras publicações de mesmo teor. Graças a esse estopim, os anos de 1930 trouxeram a Frente Negra Brasileira (FNB), que se organizou até chegar à fundação de um partido político, infelizmente dissolvido com o Estado Novo de Getúlio Vargas.

Os anos de Ditadura Militar inviabilizaram qualquer tipo de organização e manifestação de cunho racial. Os militares propagandeavam a “democracia racial” como parte de sua agenda de publicidade, marginalizando qualquer tipo de manifestação.

Apenas nos anos 1970 o movimento ressurgiu, principalmente com a origem do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU), em 7 de julho de 1978, que resultou na criação de alguns órgãos como o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, além da criminalização da discriminação racial na Constituição de 1988. Além disso, a Lei Caó, de 1989, tipificou o racismo como crime.

Após a redemocratização do Brasil, o movimento negro juntou-se a diversas outras causas progressistas. Entretanto, o Governo Lula (2003-2010) foi um dos que mais trouxe conquistas à sociedade civil em geral e também ao movimento negro, em particular.

Como citado anteriormente, no início do Governo Lula foi criada a SEPPIR, sem contar a Lei das Cotas para inclusão da população negra no ensino superior, aprovada em 2006.


anaclaudiasouzadeand: Apesar do fim da escravidão nos Estados Unidos, a situação legal da população negra ainda era muito inferior àquela dos demais cidadãos, principalmente os brancos. As leis Jim Crow (institucionalizando a segregação), a doutrina “separados, mas iguais” e até a atuação da Ku Klux Klan consistiram em fortes atrasos no combate ao racismo.
anaclaudiasouzadeand: Grandes movimentos foram retomados, principalmente, em meados do século XX, com ativistas como Rosa Parks, Malcolm X, W. E. B. Du Bois e Martin Luther King Jr., que posteriormente veio a ganhar um Prêmio Nobel da Paz, em 1964.

A Lei dos Direitos Civis, de 1960, e a Lei dos Direitos ao Voto, de 1965, marcaram legalmente o fim da segregação racial em espaços públicos, mesmo que propriedade privada. Tornaram também o voto universal, sem discriminação de escolaridade, raça ou condição social.
anaclaudiasouzadeand: Entretanto, ainda hoje as questões de combate ao racismo são muito presentes na realidade dos norte-americanos. Recentemente, no ano de 2013, surgiu o movimento Black Lives Matter (ou “Vidas Negras Importam”, na tradução literal). Com origem na comunidade afro-americana, o que veio a se tornar um movimento internacional surgiu como protesto contra a violência contra os cidadãos estadunidenses negros.
anaclaudiasouzadeand: O movimento se iniciou com a hashtag #BlackLivesMatter nas redes sociais, após a absolvição de George Zimmerman, que assassinou a tiros o adolescente negro Trayvon Martin. O movimento ganhou ainda mais força após a morte de dois cidadãos afro-americanos em 2014: Michael Brown e Eric Garner.
anaclaudiasouzadeand: Desde então, o Movimento Negro ganhou força nos Estados Unidos, manifestando-se contra a ação truculenta da polícia estadunidense contra a população negra, principalmente nos homicídios de Tamir Rice, Eric Harris, Walter Scott, Jonathan Ferrell, Sandra Branda, Samuel DuBose, e Freddie Gray. Desde 2015, o Black Lives Matter passou a questionar também as ações de políticos, principalmente durante a corrida eleitoral para presidente de 2016.
anaclaudiasouzadeand: Apesar de apresentar várias ações e manifestações, o Black Lives Matter não é um movimento organizado hierarquicamente ou com alguma estrutura formal, o que de certa forma reforça o seu caráter popular e descentralizado, dando força para as manifestações.
anaclaudiasouzadeand: Sem dúvidas, a questão da discriminação racial ainda precisa ser muito discutida e combatida não só no Brasil, mas em todo o planeta. São frequentes as notícias de casos de racismo, principalmente contra negros de destaque, como jogadores de futebol, atores, jornalistas e outros.
anaclaudiasouzadeand: Nesse sentido, o Movimento Negro precisa se fortalecer ainda mais, sempre em busca da igualdade racial e da defesa por penas mais pesadas aos crimes de racismo e injúria racial, além, é claro, de políticas educacionais que visem, a longo prazo, a erradicação de um pensamento tão atrasado.
anaclaudiasouzadeand: Desculpe pela resposta enorme
anaclaudiasouzadeand: mas espero ter ajudado
Respondido por deborajubim
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Resposta:

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